De Povos Indígenas no Brasil
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Manifestação em Brasília pede a preservação do Cerrado
13/09/2012
Autor: Leandro Melito
Fonte: EBC - http://www.ebc.com.br
Para chamar atenção da sociedade e das autoridades sobre a necessidade de preservar o segundo maior bioma brasileiro, indígenas e populações tradicionais do Cerrado realizaram manifestação na Esplanada dos Ministérios nesta quinta-feira (13). O Grito do Cerrado, protesto que envolve mais de 500 organizações identificadas com a causa socioambiental do bioma, - entre trabalhadores rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas, quebradeiras de côco e pescadores artesanais - coloca como problema central para a a preservação do Cerrado, sua ocupação territorial e econômica. "É o caráter predatório do modelo agrosilvipastoril predominante, que ameaça a própria existência do bioma e de seus povos" afirma o manifesto da Rede Cerrado, movimento que agrega as organizações envolvidas com a causa.
Por volta das 14h, indígenas das etnias Timbira e Xavantes começaram a se concentrar na Catedral de Brasília para a corrida das toras, uma disputa travada anualmente entre eles. O objetivo era chegar até o final do trajeto, a Praça dos Três Poderes, com uma tora de madeira buriti - que podem chegar a 60 kg - revezada entre os integrantes de cada etnia, cada uma conta com dez representantes.
Confirmando o favoritismo, os Timbiras ganharam a corrida deste ano, mas a confraternização logo tomou o lugar da rivalidade. De mãos dadas, formando uma grande roda, os indígenas de ambas as etnias se juntaram aos representantes das demais comunidades tradicionais e voltaram suas forças para um objetivo comum: o político. Ainda com as toras, o grupo seguiu para audiência pública no Congresso Nacional, com parlamentares do Senado e representantes do governo federal.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal, recebeu os povos tradicionais que, novamente em roda, deram seu recado. Rollemberg, abriu a audiência com uma homenagem aos irmãos Villas Boas e ressaltou a necessidade de preservar o Cerrado. Em seguida, o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Pedro Arraes, defendeu a exploração sustentável do bioma.
Maria Nice, representante das quebradeiras de côco, exigiu respeito para com os que lutam pela preservação do meio ambiente e ressaltou a necessidade da demarcação de territórios. "Terra é para todos os que sabem viver nela" . Dona Nice, como é conhecida em sua comunidade, no Maranhão, defendeu o estímulo ao desenvolvimento da agricultura familiar para garantir a sobrevivência dos povos tradicionais. "O agronegócio não nos alimenta, o que nos alimenta é a agricultura familiar", pontuou. Ela entregou aos parlamentares ali presentes a Carta do Cerrado, documento que destaca os posicionamentos políticos e reivindicações da Rede Cerrado em relação às políticas públicas de proteção ao bioma e sua população. Além da segurança alimentar, a organização destaca a necessidade de garantia de seus direitos também no campo da saúde e da educação, com um modelo de ensino que reconheça e valorize as culturas tradicionais.
Os povos originários também cobraram dos senadores a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 115/95, conhecida como PEC do Cerrado, que altera o artigo 225 da Constituição e incluiu o bioma entre os bens considerados patrimônio nacional. Atualmente, segundo a Carta, são patrimônio nacional a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira. O senador Jorge Viana (PT-AC) endossou a necessidade de aprovar a medida. "O Cerrado envolve toda a estrutura de poder da República, mas não é visto por ela", afirmou. Após a audiência, os representantes dos povos seguiram para uma reunião com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para apresentarem sua pauta de reivindicações.
Cerrado
O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, é a savana com maior biodiversidade do planeta (5%). Ocupa quase 1/4 do território nacional (2.036.448 km²) e abrange, além do Distrito Federal, os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo, Bahia, Rondônia e porções de Roraima, Amapá, Amazonas e Pará. Vivem nesse bioma, - que também é conhecido como o "berço das águas", por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras - 25 milhões de pessoas , número que corresponde a 15% da população brasileira, distribuída em 1330 municípios.
http://www.ebc.com.br/noticias/meio-ambiente/2012/09/consolidada-grito-do-cerrado
Por volta das 14h, indígenas das etnias Timbira e Xavantes começaram a se concentrar na Catedral de Brasília para a corrida das toras, uma disputa travada anualmente entre eles. O objetivo era chegar até o final do trajeto, a Praça dos Três Poderes, com uma tora de madeira buriti - que podem chegar a 60 kg - revezada entre os integrantes de cada etnia, cada uma conta com dez representantes.
Confirmando o favoritismo, os Timbiras ganharam a corrida deste ano, mas a confraternização logo tomou o lugar da rivalidade. De mãos dadas, formando uma grande roda, os indígenas de ambas as etnias se juntaram aos representantes das demais comunidades tradicionais e voltaram suas forças para um objetivo comum: o político. Ainda com as toras, o grupo seguiu para audiência pública no Congresso Nacional, com parlamentares do Senado e representantes do governo federal.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal, recebeu os povos tradicionais que, novamente em roda, deram seu recado. Rollemberg, abriu a audiência com uma homenagem aos irmãos Villas Boas e ressaltou a necessidade de preservar o Cerrado. Em seguida, o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Pedro Arraes, defendeu a exploração sustentável do bioma.
Maria Nice, representante das quebradeiras de côco, exigiu respeito para com os que lutam pela preservação do meio ambiente e ressaltou a necessidade da demarcação de territórios. "Terra é para todos os que sabem viver nela" . Dona Nice, como é conhecida em sua comunidade, no Maranhão, defendeu o estímulo ao desenvolvimento da agricultura familiar para garantir a sobrevivência dos povos tradicionais. "O agronegócio não nos alimenta, o que nos alimenta é a agricultura familiar", pontuou. Ela entregou aos parlamentares ali presentes a Carta do Cerrado, documento que destaca os posicionamentos políticos e reivindicações da Rede Cerrado em relação às políticas públicas de proteção ao bioma e sua população. Além da segurança alimentar, a organização destaca a necessidade de garantia de seus direitos também no campo da saúde e da educação, com um modelo de ensino que reconheça e valorize as culturas tradicionais.
Os povos originários também cobraram dos senadores a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 115/95, conhecida como PEC do Cerrado, que altera o artigo 225 da Constituição e incluiu o bioma entre os bens considerados patrimônio nacional. Atualmente, segundo a Carta, são patrimônio nacional a Amazônia, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira. O senador Jorge Viana (PT-AC) endossou a necessidade de aprovar a medida. "O Cerrado envolve toda a estrutura de poder da República, mas não é visto por ela", afirmou. Após a audiência, os representantes dos povos seguiram para uma reunião com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para apresentarem sua pauta de reivindicações.
Cerrado
O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, é a savana com maior biodiversidade do planeta (5%). Ocupa quase 1/4 do território nacional (2.036.448 km²) e abrange, além do Distrito Federal, os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo, Bahia, Rondônia e porções de Roraima, Amapá, Amazonas e Pará. Vivem nesse bioma, - que também é conhecido como o "berço das águas", por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras - 25 milhões de pessoas , número que corresponde a 15% da população brasileira, distribuída em 1330 municípios.
http://www.ebc.com.br/noticias/meio-ambiente/2012/09/consolidada-grito-do-cerrado
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