De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Idjarruri Karajá morre aos 41 anos por problemas renais
21/07/2004
Autor: Neuracy Viana
Fonte: Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Líder - Um dos principais líderes indígenas do Estado morreu em Palmas, no último domingo; ele fazia hemodiálise há três meses
O líder indígena Idjarruri Karajá, 41 anos, foi enterrado segunda-feira, na aldeia Javaé Txuiri, na Ilha do Bananal. Ele morreu por volta das 12 horas de domingo, no Hospital de Referência de Palmas (HRP), de infecção generalizada, provocada por problemas renais.
Segundo o chefe do Pólo Base de Saúde Indígena de Formoso do Araguaia, José Domingos Oliveira Martins Javaé, Idjarruri sofria de insuficiência renal e há três meses fazia hemodiálise na Capital. Ele estava aguardando para fazer um transplante de rins, quando, na semana passada, teve uma crise e foi internado no HRP. Martins Javaé informa que, no sábado, Idjarruri teve morte cerebral e no domingo veio a óbito.
Idjarruri, que era casado e tinha três filhos: um de 17 anos, outro de 20, e o mais velho de 21 anos. Atualmente estava morando com a família no município de Formoso do Araguaia. Liderança indígena, bastante conhecida no Tocantins, Idjarruri foi um dos principais responsáveis pela desapropriação da Ilha do Bananal e, apesar de pertencer à etnia Karajá, ele representava o povo Javaé.
O governador Marcelo Miranda lamentou, ontem, a morte de Idjarruri, uma liderança indígena, segundo ele, de incontestável valor não apenas para seu povo, mas para todos os tocantinenses. Na administração de Siqueira Campos, Idjarruri foi nomeado representante indígena junto ao Governo. Para a ex-presidente da Fundação Cultural do Estado, Kátia Rocha, a morte dele é uma perda irreparável, tanto para a cultura indígena, quanto para a do Estado.
"Ele foi um grande líder e sempre buscou o ideal indígena";.
História de Idjarruri
Idjarruri Karajá abandonou ainda criança a aldeia, na Ilha do Bananal, para concluir o primeiro grau. Nos anos 70, uniu-se a outros estudantes, em Brasília, para participar de eventos esportivos. Mas a intensa mobilização política da época impôs ao pequeno grupo uma representatividade maior, que deu origem à União Nacional Indigenista (Unind). Foi candidato a deputado por Goiás, sofreu represálias e viu companheiros serem mortos. Mas acreditava no surgimento de outros como ele "Nós temos jovens índios que querem defender seu povo e estão com força e ânimo para isso", disse em entrevista ao Jornal do Tocantins em abril de 2003, por ocasião das comemorações do dia do Índio, 19 de abril. Em março daquele ano, Idjarruri representou o Brasil como um dos três delegados no encontro para discutir o desenvolvimento institucional indígena, no México. Foi representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. Foi candidato a deputado estadual pelo PPB no Tocantins nas eleições gerais de 1998. Em Formoso do Araguaia, sua principal base eleitoral, conseguiu 427 votos.
O líder indígena Idjarruri Karajá, 41 anos, foi enterrado segunda-feira, na aldeia Javaé Txuiri, na Ilha do Bananal. Ele morreu por volta das 12 horas de domingo, no Hospital de Referência de Palmas (HRP), de infecção generalizada, provocada por problemas renais.
Segundo o chefe do Pólo Base de Saúde Indígena de Formoso do Araguaia, José Domingos Oliveira Martins Javaé, Idjarruri sofria de insuficiência renal e há três meses fazia hemodiálise na Capital. Ele estava aguardando para fazer um transplante de rins, quando, na semana passada, teve uma crise e foi internado no HRP. Martins Javaé informa que, no sábado, Idjarruri teve morte cerebral e no domingo veio a óbito.
Idjarruri, que era casado e tinha três filhos: um de 17 anos, outro de 20, e o mais velho de 21 anos. Atualmente estava morando com a família no município de Formoso do Araguaia. Liderança indígena, bastante conhecida no Tocantins, Idjarruri foi um dos principais responsáveis pela desapropriação da Ilha do Bananal e, apesar de pertencer à etnia Karajá, ele representava o povo Javaé.
O governador Marcelo Miranda lamentou, ontem, a morte de Idjarruri, uma liderança indígena, segundo ele, de incontestável valor não apenas para seu povo, mas para todos os tocantinenses. Na administração de Siqueira Campos, Idjarruri foi nomeado representante indígena junto ao Governo. Para a ex-presidente da Fundação Cultural do Estado, Kátia Rocha, a morte dele é uma perda irreparável, tanto para a cultura indígena, quanto para a do Estado.
"Ele foi um grande líder e sempre buscou o ideal indígena";.
História de Idjarruri
Idjarruri Karajá abandonou ainda criança a aldeia, na Ilha do Bananal, para concluir o primeiro grau. Nos anos 70, uniu-se a outros estudantes, em Brasília, para participar de eventos esportivos. Mas a intensa mobilização política da época impôs ao pequeno grupo uma representatividade maior, que deu origem à União Nacional Indigenista (Unind). Foi candidato a deputado por Goiás, sofreu represálias e viu companheiros serem mortos. Mas acreditava no surgimento de outros como ele "Nós temos jovens índios que querem defender seu povo e estão com força e ânimo para isso", disse em entrevista ao Jornal do Tocantins em abril de 2003, por ocasião das comemorações do dia do Índio, 19 de abril. Em março daquele ano, Idjarruri representou o Brasil como um dos três delegados no encontro para discutir o desenvolvimento institucional indígena, no México. Foi representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. Foi candidato a deputado estadual pelo PPB no Tocantins nas eleições gerais de 1998. Em Formoso do Araguaia, sua principal base eleitoral, conseguiu 427 votos.
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