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Terras Indígenas na Amazônia e no Cerrado protegem uma área de vegetação nativa maior que estado de MT, diz relatório
22/01/2025
Fonte: Olhar Direto - olhardireto.com.br
Um novo relatório divulgado pelo Instituto Socioambiental (ISA) nesta terça-feira (21/01) traz dados preocupantes sobre o desmatamento nas Terras Indígenas (TIs) dos biomas Amazônia e Cerrado. Segundo o estudo, as TIs em ambas as regiões são responsáveis por proteger áreas significativas de vegetação nativa, mas ainda enfrentam pressões constantes, especialmente em áreas onde o processo de demarcação não foi concluído.
Conforme o relatório Desmatamento em Terras Indígenas na Amazônia e Cerrado - Prodes 2024, as TIs da Amazônia preservam mais de 97,4 milhões de hectares, o que equivale a 137,2 milhões de campos de futebol. Já no Cerrado, as Terras Indígenas protegem cerca de 8,3 milhões de hectares, ou 11,7 milhões de campos de futebol. Juntas, as TIs nesses dois biomas correspondem a 12,4% do território nacional, uma área maior que a do estado de Mato Grosso, com pouco mais de 90 milhões de hectares.
O relatório, que se baseia em dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) através do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), revela que as TIs desempenham um papel crucial na preservação dos biomas. No Cerrado, as áreas dentro das TIs perderam apenas 5,89% de sua vegetação original, enquanto fora das TIs, a perda chega a 54,4%. Já na Amazônia, enquanto as TIs perderam apenas 1,74% da vegetação original, as áreas fora delas já perderam mais de 27% de sua cobertura florestal.
Embora o desmatamento tenha diminuído significativamente nos dois biomas em 2024 - com uma redução de 30,6% na Amazônia e 25,7% no Cerrado em comparação ao ano anterior -, o relatório destaca que nas TIs, a situação é mais preocupante no Cerrado, onde o desmatamento aumentou 34,2%.
No Cerrado, onde o desmatamento tem sido mais intenso, a falta de conclusão dos processos de demarcação das TIs aumenta a vulnerabilidade desses territórios. O relatório aponta que quase 80% do desmatamento nas TIs do Cerrado ocorreu em áreas que ainda não possuem sua demarcação finalizada. Exemplos disso são as Terras Indígenas Porquinhos dos Canela-Apanyekrá (MA) e Wedezé (MT), que ocupam o topo da lista das mais desmatadas e ainda aguardam pela assinatura da portaria homologatória, um processo que, no caso da primeira, já se arrasta por 24 anos.
A TI Porquinhos dos Canela-Apanyekrá foi responsável por 58% do desmatamento total nas TIs do Cerrado em 2024, com quase 6 mil hectares devastados, um aumento de 162% em relação ao ano anterior. Essa área, localizada na região de Matopiba, sofre intensamente com a pressão da agropecuária e conflitos fundiários. Já a TI Wedezé, que é território tradicional do povo indígena Xavante, perdeu 1.500 hectares entre agosto de 2023 e julho de 2024, um aumento de 979% no desmatamento em relação ao período anterior.
O relatório do ISA reforça que a conclusão do processo demarcatório é fundamental para garantir a proteção ambiental das TIs. Tiago Moreira dos Santos, antropólogo do programa Povos Indígenas no Brasil do ISA, afirma que a demarcação das terras indígenas é essencial para preservar a sociobiodiversidade. No entanto, ele alerta que a delimitação e a declaração dos limites das TIs, realizadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Ministério da Justiça, não são suficientes para barrar as invasões ilegais. Somente a homologação completa, feita pelo Presidente da República, pode garantir a proteção total desses territórios.
No bioma Amazônia, o desmatamento em TIs tem se mostrado relativamente controlado. O índice de desmatamento é o menor desde 2018, com 1,74% da vegetação original perdida em 2024. No entanto, o relatório aponta que a TI Saráre (MT) e a TI Cachoeira Seca (PA) figuraram entre as mais desmatadas, com destaques para o avanço do garimpo ilegal e a expansão da agricultura, como fatores que aceleram o desmatamento.
Além disso, a Terra Indígena Inãwébohona (TO), na Ilha do Bananal, enfrenta incêndios florestais de grande proporção, com mais de 141 mil hectares queimados entre agosto de 2023 e julho de 2024.
https://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=547921¬icia=terras-indigenas-na-amazonia-e-no-cerrado-protegem-uma-area-de-vegetacao-nativa-maior-que-estado-de-mt-diz-relatorio
Conforme o relatório Desmatamento em Terras Indígenas na Amazônia e Cerrado - Prodes 2024, as TIs da Amazônia preservam mais de 97,4 milhões de hectares, o que equivale a 137,2 milhões de campos de futebol. Já no Cerrado, as Terras Indígenas protegem cerca de 8,3 milhões de hectares, ou 11,7 milhões de campos de futebol. Juntas, as TIs nesses dois biomas correspondem a 12,4% do território nacional, uma área maior que a do estado de Mato Grosso, com pouco mais de 90 milhões de hectares.
O relatório, que se baseia em dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) através do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), revela que as TIs desempenham um papel crucial na preservação dos biomas. No Cerrado, as áreas dentro das TIs perderam apenas 5,89% de sua vegetação original, enquanto fora das TIs, a perda chega a 54,4%. Já na Amazônia, enquanto as TIs perderam apenas 1,74% da vegetação original, as áreas fora delas já perderam mais de 27% de sua cobertura florestal.
Embora o desmatamento tenha diminuído significativamente nos dois biomas em 2024 - com uma redução de 30,6% na Amazônia e 25,7% no Cerrado em comparação ao ano anterior -, o relatório destaca que nas TIs, a situação é mais preocupante no Cerrado, onde o desmatamento aumentou 34,2%.
No Cerrado, onde o desmatamento tem sido mais intenso, a falta de conclusão dos processos de demarcação das TIs aumenta a vulnerabilidade desses territórios. O relatório aponta que quase 80% do desmatamento nas TIs do Cerrado ocorreu em áreas que ainda não possuem sua demarcação finalizada. Exemplos disso são as Terras Indígenas Porquinhos dos Canela-Apanyekrá (MA) e Wedezé (MT), que ocupam o topo da lista das mais desmatadas e ainda aguardam pela assinatura da portaria homologatória, um processo que, no caso da primeira, já se arrasta por 24 anos.
A TI Porquinhos dos Canela-Apanyekrá foi responsável por 58% do desmatamento total nas TIs do Cerrado em 2024, com quase 6 mil hectares devastados, um aumento de 162% em relação ao ano anterior. Essa área, localizada na região de Matopiba, sofre intensamente com a pressão da agropecuária e conflitos fundiários. Já a TI Wedezé, que é território tradicional do povo indígena Xavante, perdeu 1.500 hectares entre agosto de 2023 e julho de 2024, um aumento de 979% no desmatamento em relação ao período anterior.
O relatório do ISA reforça que a conclusão do processo demarcatório é fundamental para garantir a proteção ambiental das TIs. Tiago Moreira dos Santos, antropólogo do programa Povos Indígenas no Brasil do ISA, afirma que a demarcação das terras indígenas é essencial para preservar a sociobiodiversidade. No entanto, ele alerta que a delimitação e a declaração dos limites das TIs, realizadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Ministério da Justiça, não são suficientes para barrar as invasões ilegais. Somente a homologação completa, feita pelo Presidente da República, pode garantir a proteção total desses territórios.
No bioma Amazônia, o desmatamento em TIs tem se mostrado relativamente controlado. O índice de desmatamento é o menor desde 2018, com 1,74% da vegetação original perdida em 2024. No entanto, o relatório aponta que a TI Saráre (MT) e a TI Cachoeira Seca (PA) figuraram entre as mais desmatadas, com destaques para o avanço do garimpo ilegal e a expansão da agricultura, como fatores que aceleram o desmatamento.
Além disso, a Terra Indígena Inãwébohona (TO), na Ilha do Bananal, enfrenta incêndios florestais de grande proporção, com mais de 141 mil hectares queimados entre agosto de 2023 e julho de 2024.
https://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?id=547921¬icia=terras-indigenas-na-amazonia-e-no-cerrado-protegem-uma-area-de-vegetacao-nativa-maior-que-estado-de-mt-diz-relatorio
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