De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Índios massacram garimpeiros em reserva dos cinta-larga em Rondônia
10/04/2004
Fonte: O Globo, O País, p. 4
Índios massacram garimpeiros em reserva dos cinta-larga em Rondônia
PF tenta resgatar os corpos de vítimas; pelo menos três mortes foram confirmadas
Rodrigo Rangel
Corpos de garimpeiros mortos a tiros num ataque de índios cinta-larga a um garimpo clandestino que funcionava na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia, devem ser resgatados hoje pela Polícia Federal, que usará um helicóptero para entrar na área. O confronto aconteceu na quarta-feira. No início da noite de ontem, a PF informou que três corpos haviam sido localizados por um representante da Funai que entrara na reserva. Garimpeiros que escaparam do ataque afirmam que o número de mortos pode chegar a vinte.
O ataque aconteceu por volta das 11h de quarta-feira. Cerca de 200 homens trabalhavam há pelo menos três semanas no local, um córrego descoberto pelos garimpeiros que atuam ilegalmente na reserva, conhecida por abrigar uma das maiores jazidas de diamante do país.
Os índios chegaram atirando disse por telefone o garimpeiro Expedito da Silva, 56 anos, que conseguiu fugir.
Cidade mais próxima fica a cem quilômetros
O garimpo fica a cerca de cem quilômetros de Espigão dOeste, perto da divisa de Rondônia com Mato Grosso. A PF enviou seis delegados para a região. Segundo o superintendente da PF em Rondônia, Marco Aurélio Moura, como havia o risco de os índios reagirem, os policiais esperaram o funcionário da Funai Walter Blós ter certeza de que a entrada dos policiais seria segura. Coordenador de um grupo criado pelo governo para impedir a ação de garimpeiros na reserva, Blós conversou com os índios e, no início da noite, deu sinal verde para a polícia.
Preferimos não entrar antes para não corrermos risco de haver novo conflito, já que os ânimos ainda estão acirrados disse o superintendente.
Segundo a PF, pelo menos um índio teria sido baleado na perna, mas a informação não foi confirmada.
Os garimpeiros que escaparam do ataque disseram que os índios fizeram um banho de sangue. Após fugir, a maioria andou durante horas até chegar à estrada que leva a Espigão dOeste. No grupo, havia quatro mulheres. Na cidade, eles prestaram depoimento à Polícia Civil e à Polícia Federal. E ficaram na porta da delegacia, cobrando o resgate imediato dos corpos.
Por telefone, Expedito da Silva contou que, após fugir do ataque, escondeu-se num morro próximo do igarapé onde procurava diamantes. Com outros garimpeiros, somente saiu do esconderijo depois que os índios deixaram o local. Os sobreviventes disseram que, durante a fuga, viram garimpeiros sendo capturados e amarrados pelos índios. Eles disseram ter visto os corpos de colegas enterrados em covas rasas:
Fomos seguindo as marcas de sangue e achamos as covas. Vimos três corpos e ainda tinha outro braço. Não tive mais coragem de desenterrar disse o garimpeiro Walter da Silva, de 40 anos.
O Globo, 10/04/2004, p.4
PF tenta resgatar os corpos de vítimas; pelo menos três mortes foram confirmadas
Rodrigo Rangel
Corpos de garimpeiros mortos a tiros num ataque de índios cinta-larga a um garimpo clandestino que funcionava na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia, devem ser resgatados hoje pela Polícia Federal, que usará um helicóptero para entrar na área. O confronto aconteceu na quarta-feira. No início da noite de ontem, a PF informou que três corpos haviam sido localizados por um representante da Funai que entrara na reserva. Garimpeiros que escaparam do ataque afirmam que o número de mortos pode chegar a vinte.
O ataque aconteceu por volta das 11h de quarta-feira. Cerca de 200 homens trabalhavam há pelo menos três semanas no local, um córrego descoberto pelos garimpeiros que atuam ilegalmente na reserva, conhecida por abrigar uma das maiores jazidas de diamante do país.
Os índios chegaram atirando disse por telefone o garimpeiro Expedito da Silva, 56 anos, que conseguiu fugir.
Cidade mais próxima fica a cem quilômetros
O garimpo fica a cerca de cem quilômetros de Espigão dOeste, perto da divisa de Rondônia com Mato Grosso. A PF enviou seis delegados para a região. Segundo o superintendente da PF em Rondônia, Marco Aurélio Moura, como havia o risco de os índios reagirem, os policiais esperaram o funcionário da Funai Walter Blós ter certeza de que a entrada dos policiais seria segura. Coordenador de um grupo criado pelo governo para impedir a ação de garimpeiros na reserva, Blós conversou com os índios e, no início da noite, deu sinal verde para a polícia.
Preferimos não entrar antes para não corrermos risco de haver novo conflito, já que os ânimos ainda estão acirrados disse o superintendente.
Segundo a PF, pelo menos um índio teria sido baleado na perna, mas a informação não foi confirmada.
Os garimpeiros que escaparam do ataque disseram que os índios fizeram um banho de sangue. Após fugir, a maioria andou durante horas até chegar à estrada que leva a Espigão dOeste. No grupo, havia quatro mulheres. Na cidade, eles prestaram depoimento à Polícia Civil e à Polícia Federal. E ficaram na porta da delegacia, cobrando o resgate imediato dos corpos.
Por telefone, Expedito da Silva contou que, após fugir do ataque, escondeu-se num morro próximo do igarapé onde procurava diamantes. Com outros garimpeiros, somente saiu do esconderijo depois que os índios deixaram o local. Os sobreviventes disseram que, durante a fuga, viram garimpeiros sendo capturados e amarrados pelos índios. Eles disseram ter visto os corpos de colegas enterrados em covas rasas:
Fomos seguindo as marcas de sangue e achamos as covas. Vimos três corpos e ainda tinha outro braço. Não tive mais coragem de desenterrar disse o garimpeiro Walter da Silva, de 40 anos.
O Globo, 10/04/2004, p.4
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