De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Funasa suspende assistência de saúde em região de conflito
04/04/2008
Fonte: Folha de Boa Vista
Desde o dia 31 de março que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) suspendeu as atividades de assistência de rotina às comunidades localizadas no Surumu, dentro da terra indígena Raposa Serra do Sol, no Município de Pacaraima, região onde índios e arrozeiros estão em conflito em função da realização da Operação Upatakon 3, da Polícia Federal, para retirar os não-índios da reserva indígena. A previsão é que as atividades dos agentes da Funasa permaneçam suspensas por uma semana.
O coordenador interino da Fundação, Helder Gonçalves de Almeida, explicou ontem que a medida foi tomada por questões de segurança. "Não podemos articular carros e servidores para esta região para que eles fiquem impossibilitados de atingir as comunidades indígenas daquela área", salientou. Continuam mantidas as ações emergenciais.
As ações de rotina consistem basicamente em assistência médica, prevenção, promoção da saúde e vacinação. Mas a maior preocupação da Funasa, no entanto, é com a proximidade do inverno. Com a destruição das pontes do Araçá e do igarapé Grande, que davam acesso à região do Surumu, por causa dos conflitos dos últimos dias, os técnicos de saúde do órgão terão que utilizar um desvio na área da Comunidade do Barro.
"O problema é que isso só é possível porque o igarapé está baixo, já que estamos ainda no verão e os veículos com os agentes de saúde conseguem passar com a água no pneu. Mas quando o inverno chegar e o igarapé começar a encher, esse trajeto alternativo não poderá mais ser utilizado. E sem as pontes do Araçá e do igarapé Grande, as comunidades que vivem hoje no Uiramutã ficarão isoladas e não teremos como realizar a assistência de saúde nesses locais", declarou Almeida à Folha.
Segundo o coordenador, a grande maioria das comunidades dessa região, onde vivem mais de 5 mil pessoas, não possui pista para pouso e decolagem de aeronaves pequenas, o que inviabiliza a manutenção da assistência médica por via aérea. "As conseqüências serão graves se não forem tomadas as providências necessárias", salientou.
No período do inverno, as maiores incidências de doenças entre as populações indígenas de Uiramutã são as pneumonias, malária e tuberculose. De acordo com Helder Almeida, os técnicos estão preocupados principalmente com a tuberculose porque há um grande fluxo de índios de comunidades localizadas na Guiana e Venezuela que visitam os parentes no lado brasileiro.
"Como se trata de uma região de fronteira, eles visitam os familiares. A questão é que nesses países o combate e o controle da tuberculose não são realizados como determinam os órgãos de saúde, o que aumentaria o risco de contágio", alertou o coordenador.
A Funasa já notificou a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Comitê Gestor da Casa Civil do Governo Federal em Roraima para que os órgãos possam tomar as providências necessárias para evitar esse isolamento.
ENCONTRO - Termina hoje, às 12 horas, a reunião entre representantes da Funasa, de quase 300 comunidades indígenas e prefeituras municipais onde está se discutindo a pactuação dos incentivos à atenção básica aos povos indígenas. "Foram formuladas ações de saúde pelos conselhos locais de saúde indígena e agora esse trabalho será conhecido e discutido", comentou o coordenador interino da Funasa, Helder Almeida.
O encontro do Conselho Distrital do Distrito Sanitário Indígena do Leste de Roraima começou ontem. Hoje os participantes vão discutir os projetos de engenharia sobre abastecimento de água e drenagem nas áreas indígenas visando melhorias sanitárias, que deverão ser desenvolvidos diretamente pela Funasa e/ou através de convênios com os municípios. (AV)
CIR - No próximo dia 10, representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR) estarão indo a Brasília para oficializar um termo aditivo com a finalidade de renovar o convênio celebrado com a Funasa e que envolve a prestação de serviços de saúde como vacinação, cursos de capacitação de agentes de saúde, medicamentos básicos, dentre outros.
Segundo o coordenador interino da Funasa, Helder Almeida, o valor do convênio é da ordem de R$ 11 milhões/ano. Por causa dos convênios de saúde, a região da Raposa Serra do Sol não registra óbito por malária há oito anos, segundo o coordenador do CIR, Dionito José. (AV)
O coordenador interino da Fundação, Helder Gonçalves de Almeida, explicou ontem que a medida foi tomada por questões de segurança. "Não podemos articular carros e servidores para esta região para que eles fiquem impossibilitados de atingir as comunidades indígenas daquela área", salientou. Continuam mantidas as ações emergenciais.
As ações de rotina consistem basicamente em assistência médica, prevenção, promoção da saúde e vacinação. Mas a maior preocupação da Funasa, no entanto, é com a proximidade do inverno. Com a destruição das pontes do Araçá e do igarapé Grande, que davam acesso à região do Surumu, por causa dos conflitos dos últimos dias, os técnicos de saúde do órgão terão que utilizar um desvio na área da Comunidade do Barro.
"O problema é que isso só é possível porque o igarapé está baixo, já que estamos ainda no verão e os veículos com os agentes de saúde conseguem passar com a água no pneu. Mas quando o inverno chegar e o igarapé começar a encher, esse trajeto alternativo não poderá mais ser utilizado. E sem as pontes do Araçá e do igarapé Grande, as comunidades que vivem hoje no Uiramutã ficarão isoladas e não teremos como realizar a assistência de saúde nesses locais", declarou Almeida à Folha.
Segundo o coordenador, a grande maioria das comunidades dessa região, onde vivem mais de 5 mil pessoas, não possui pista para pouso e decolagem de aeronaves pequenas, o que inviabiliza a manutenção da assistência médica por via aérea. "As conseqüências serão graves se não forem tomadas as providências necessárias", salientou.
No período do inverno, as maiores incidências de doenças entre as populações indígenas de Uiramutã são as pneumonias, malária e tuberculose. De acordo com Helder Almeida, os técnicos estão preocupados principalmente com a tuberculose porque há um grande fluxo de índios de comunidades localizadas na Guiana e Venezuela que visitam os parentes no lado brasileiro.
"Como se trata de uma região de fronteira, eles visitam os familiares. A questão é que nesses países o combate e o controle da tuberculose não são realizados como determinam os órgãos de saúde, o que aumentaria o risco de contágio", alertou o coordenador.
A Funasa já notificou a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Comitê Gestor da Casa Civil do Governo Federal em Roraima para que os órgãos possam tomar as providências necessárias para evitar esse isolamento.
ENCONTRO - Termina hoje, às 12 horas, a reunião entre representantes da Funasa, de quase 300 comunidades indígenas e prefeituras municipais onde está se discutindo a pactuação dos incentivos à atenção básica aos povos indígenas. "Foram formuladas ações de saúde pelos conselhos locais de saúde indígena e agora esse trabalho será conhecido e discutido", comentou o coordenador interino da Funasa, Helder Almeida.
O encontro do Conselho Distrital do Distrito Sanitário Indígena do Leste de Roraima começou ontem. Hoje os participantes vão discutir os projetos de engenharia sobre abastecimento de água e drenagem nas áreas indígenas visando melhorias sanitárias, que deverão ser desenvolvidos diretamente pela Funasa e/ou através de convênios com os municípios. (AV)
CIR - No próximo dia 10, representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR) estarão indo a Brasília para oficializar um termo aditivo com a finalidade de renovar o convênio celebrado com a Funasa e que envolve a prestação de serviços de saúde como vacinação, cursos de capacitação de agentes de saúde, medicamentos básicos, dentre outros.
Segundo o coordenador interino da Funasa, Helder Almeida, o valor do convênio é da ordem de R$ 11 milhões/ano. Por causa dos convênios de saúde, a região da Raposa Serra do Sol não registra óbito por malária há oito anos, segundo o coordenador do CIR, Dionito José. (AV)
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