De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
RAPOSA SERRA DO SOL - Manifestantes comemoram decisão do STF
10/04/2008
Fonte: Folha de Boa Vista
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a ação da Polícia Federal para retirar os não-índios da terra indígena Raposa Serra do Sol, levou inúmeros manifestantes a comemorar na Praça do Centro Cívico, no final da tarde de ontem.
Os manifestantes, a maioria trabalhadores de usina de arroz, já estavam protestando em frente do Palácio Senador Hélio Campos contra a realização da Operação Upatakon 3, quando souberam da notícia. Eles soltaram fogos, fizeram discurso e saíram em carreata para comemorar a decisão.
À frente da mobilização estava o deputado federal Márcio Junqueira (DEM), acompanhado do presidente da Associação dos Criadores de Gado, José Luiz Zago. Os dois discursaram antes da carreata sair.
Ainda pela manhã, a Polícia Federal e os rizicultores se reuniram e tomaram a decisão de dar uma trégua de cinco dias para discutir proposta que devolvesse a tranqüilidade na Raposa Serra do Sol. À tarde, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em suspender qualquer operação para retirar não-índios da área, o clima teve outro rumo.
A expectativa é que a chamada "ação de resistência" instalada na Vila Surumu, entrada principal da reserva, dê uma trégua, bem como manifestações realizadas na Capital e em Pacaraima.
CONFLITO - Desde que os policiais federais de diversas regiões do país começaram a desembarcar em Roraima para atuar na Upatakon 3, o clima no Estado ficou tenso. Várias manifestações, inclusive com atentados a bomba foram realizadas. Pontes foram queimadas e bloqueadas, deixando a Vila de Surumu, em Pacaraima e o Município de Normandia completamente isolados.
Rizicultor diz que foi uma vitória
Para o presidente da Associação dos Rizicultores, Paulo César Quartiero, a decisão do Supremo Tribunal Federal em suspender a Operação Upatakon 3 foi uma vitória. Ele falou por telefone, da Vila Surumu.
"Essa história de irreversível tem que acabar em Roraima, quando o povo luta é invencível. Estamos em cima de uma ponte resistindo há 11 dias. Foi desgastante, tivemos um ferido, quatro ordens de prisão contra o nosso pessoal e a minha própria prisão. Mas não se consegue vitória sem luta, e o povo de Pacaraima mostrou mais uma vez a todo o Brasil que somos patriotas e não permitiremos a internacionalização do território brasileiro".
Já para o coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), o índio macuxi Dionito Souza, essa decisão "viola os direitos dos povos indígenas do Brasil". Por telefone, disse que vai recorrer ao STF, a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA).
A Assessoria de Comunicação da Polícia Federal informou que está suspensa qualquer atividade da Upatakon 3. Ontem à tarde 45 homens da Força Nacional haviam desembarcado no Estado.
Protestos agora podem mudar de lado
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) divulgou na noite de ontem um documento chamado Carta da Raposa Serra do Sol -
A Luta Continua Até o Último Índio!". O teor do texto deixa a entender que os protestos agora podem mudar de lado: índios que querem a retirada imediata principalmente dos produtores de arroz.
A carta diz que os índios há mais de trinta anos vinham sofrendo "com um doloroso processo de reconquista de suas terras", que eles acreditavam que seria concretizado pelo Estado Brasileiro, "em cumprimento à Constituição Federal, aos direitos humanos dos povos indígenas e ao decreto de homologação do Presidente da República".
"Chega de sofrimento, já esperamos demais. Tivemos calma, muita paciência e confiança nas autoridades, mas agora basta. Independente das autoridades, podemos decidir sobre o nosso futuro e tomar providências, com a união do nosso povo, na desintrusão dos invasores de nossa terra", diz a carta deixando claro que os próprios índios podem retirar os arrozeiros por conta própria.
O documento prossegue: "Onde estão as autoridades? Os homens da lei? Pontes foram queimadas, pessoas agredidas, bombas fabricadas aos olhos das autoridades, tratores cortaram estradas aos olhos dos canais de televisão, até carro-bomba foi usado contra a polícia e quase nada foi feito até agora".
As lideranças do CIR afirmam no documento que muitas vezes fizeram o papel das autoridades pedindo paciência às comunidades indígenas. "Nós acreditamos no governo, mas a lentidão das autoridades federais permitiu que os inimigos dos nossos direitos se manifestassem violentamente e conseguissem inverter a situação, sacrificando nós povos indígenas", diz.
"Não aceitamos que as autoridades tenham esperado três anos e permitissem todo o terrorismo dos últimos onze dias até que o Supremo pudesse mandar suspender a operação. Repudiamos a atitude do governo estadual que prefere sacas de arroz em detrimento da vida de 18.992 índios".
Os manifestantes, a maioria trabalhadores de usina de arroz, já estavam protestando em frente do Palácio Senador Hélio Campos contra a realização da Operação Upatakon 3, quando souberam da notícia. Eles soltaram fogos, fizeram discurso e saíram em carreata para comemorar a decisão.
À frente da mobilização estava o deputado federal Márcio Junqueira (DEM), acompanhado do presidente da Associação dos Criadores de Gado, José Luiz Zago. Os dois discursaram antes da carreata sair.
Ainda pela manhã, a Polícia Federal e os rizicultores se reuniram e tomaram a decisão de dar uma trégua de cinco dias para discutir proposta que devolvesse a tranqüilidade na Raposa Serra do Sol. À tarde, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em suspender qualquer operação para retirar não-índios da área, o clima teve outro rumo.
A expectativa é que a chamada "ação de resistência" instalada na Vila Surumu, entrada principal da reserva, dê uma trégua, bem como manifestações realizadas na Capital e em Pacaraima.
CONFLITO - Desde que os policiais federais de diversas regiões do país começaram a desembarcar em Roraima para atuar na Upatakon 3, o clima no Estado ficou tenso. Várias manifestações, inclusive com atentados a bomba foram realizadas. Pontes foram queimadas e bloqueadas, deixando a Vila de Surumu, em Pacaraima e o Município de Normandia completamente isolados.
Rizicultor diz que foi uma vitória
Para o presidente da Associação dos Rizicultores, Paulo César Quartiero, a decisão do Supremo Tribunal Federal em suspender a Operação Upatakon 3 foi uma vitória. Ele falou por telefone, da Vila Surumu.
"Essa história de irreversível tem que acabar em Roraima, quando o povo luta é invencível. Estamos em cima de uma ponte resistindo há 11 dias. Foi desgastante, tivemos um ferido, quatro ordens de prisão contra o nosso pessoal e a minha própria prisão. Mas não se consegue vitória sem luta, e o povo de Pacaraima mostrou mais uma vez a todo o Brasil que somos patriotas e não permitiremos a internacionalização do território brasileiro".
Já para o coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), o índio macuxi Dionito Souza, essa decisão "viola os direitos dos povos indígenas do Brasil". Por telefone, disse que vai recorrer ao STF, a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA).
A Assessoria de Comunicação da Polícia Federal informou que está suspensa qualquer atividade da Upatakon 3. Ontem à tarde 45 homens da Força Nacional haviam desembarcado no Estado.
Protestos agora podem mudar de lado
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) divulgou na noite de ontem um documento chamado Carta da Raposa Serra do Sol -
A Luta Continua Até o Último Índio!". O teor do texto deixa a entender que os protestos agora podem mudar de lado: índios que querem a retirada imediata principalmente dos produtores de arroz.
A carta diz que os índios há mais de trinta anos vinham sofrendo "com um doloroso processo de reconquista de suas terras", que eles acreditavam que seria concretizado pelo Estado Brasileiro, "em cumprimento à Constituição Federal, aos direitos humanos dos povos indígenas e ao decreto de homologação do Presidente da República".
"Chega de sofrimento, já esperamos demais. Tivemos calma, muita paciência e confiança nas autoridades, mas agora basta. Independente das autoridades, podemos decidir sobre o nosso futuro e tomar providências, com a união do nosso povo, na desintrusão dos invasores de nossa terra", diz a carta deixando claro que os próprios índios podem retirar os arrozeiros por conta própria.
O documento prossegue: "Onde estão as autoridades? Os homens da lei? Pontes foram queimadas, pessoas agredidas, bombas fabricadas aos olhos das autoridades, tratores cortaram estradas aos olhos dos canais de televisão, até carro-bomba foi usado contra a polícia e quase nada foi feito até agora".
As lideranças do CIR afirmam no documento que muitas vezes fizeram o papel das autoridades pedindo paciência às comunidades indígenas. "Nós acreditamos no governo, mas a lentidão das autoridades federais permitiu que os inimigos dos nossos direitos se manifestassem violentamente e conseguissem inverter a situação, sacrificando nós povos indígenas", diz.
"Não aceitamos que as autoridades tenham esperado três anos e permitissem todo o terrorismo dos últimos onze dias até que o Supremo pudesse mandar suspender a operação. Repudiamos a atitude do governo estadual que prefere sacas de arroz em detrimento da vida de 18.992 índios".
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