De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
PARA GARANTIR A SEGURANÇA - PF vai ocupar reserva Raposa Serra do Sol
12/04/2008
Autor: Edjane Mathias
Fonte: Folha de Boa Vista
A partir de segunda-feira, 14, aproximadamente 300 agentes da Polícia Federal e da Força de Segurança Nacional vão ocupar a terra indígena Raposa Serra do Sol. A determinação é do Supremo Tribunal Federal (STF). A ocupação, de acordo com superintendente da Polícia Federal (PF), José Maria Fonseca, e o delegado Fernando Segóvia, é a garantia da lei e ordem dentro da reserva.
Ontem os agentes foram para a região fazer um trabalho de avaliação e reconhecimentos antes de montar uma base definitiva no local, a partir de segunda-feira. A chegada dos policiais foi tranqüila na Vila Surumu, epicentro da tensão que se instalou na região, e porta de entrada principal para a reserva indígena.
Os agentes vieram para Roraima com a finalidade de atuar na Operação Upatakon 3 e, com a suspensão da retirada até uma nova decisão do Supremo, passaram a ter essa nova missão, que é fazer a segurança, evitando a ocorrência de crimes no local.
De acordo com o delegado Fernando Segóvia, que coordena a Operação Upatakon, a determinação do STF foi tomada na quinta-feira, quando o ministro Tarso Genro divulgou nota afirmando que os policiais permaneceriam mobilizados em Roraima, depois que a Advocacia-Geral da União (AGU) teve negado recurso impetrado no Supremo contra a suspensão da operação.
A previsão é que os policiais permaneçam por 60 dias, que é o prazo do STF para o julgamento da primeira ação ordinária que questiona a homologação da reserva. "É uma determinação judicial, e a Polícia Federal e a Força Nacional não podem mais sair da área, porque a decisão do Supremo foi a manutenção da PF e Força Nacional para a manutenção da paz social. A gente vai ter que aguardar até que haja um novo pronunciamento do STF quanto a essa questão e a gente vai ficar na área até que haja esta decisão", disse Segóvia.
O delegado acredita não haver risco de confronto da comunidade com a polícia, devido ao clima de tensão que esteve acirrado desde quando os policiais começaram a chegar para atuar a Upatakon. Segundo ele, será feito um trabalho de aproximação com a comunidade, pois as pessoas têm que entender que a missão agora é outra.
"Não haverá mais retirada, então não justifica a resistência ou a tensão lá. A polícia vai estar no local para evitar conflitos entre as comunidades, índios contra índios ou índios contra arrozeiros e vice-versa. Só estaremos lá para promover a segurança e a tranqüilidade dentro da reserva. É como se fosse o trabalho que a Polícia Militar faz na cidade", afirmou.
Os detalhes da ocupação da reserva pela Polícia Federal ainda estão sendo fechados. O superintendente José Maria Fonseca acredita que não será necessário usar todos os 500 policiais que vieram para a Operação Upatakon 3. A princípio serão utilizados cerca de 300 homens. "Talvez não tenhamos a necessidade de usar nem esse contingente, mas é lógico que isso vai depender de como está o clima na terra indígena", disse.
O delegado Fernando Segóvia ressaltou que o que a PF está fazendo agora é avaliar se o clima na região está tenso ou calmo. "O que a gente vai fazer agora é uma conscientização de que o nosso trabalho não é retirar ninguém de lugar nenhum, é fazer a segurança pública", informou o delegado Fernando Segóvia.
Federais chegam a Surumu e encontram molotov em igreja
Dos 300 homens entre policiais federais e soldados da Força Nacional de Segurança, 44 foram destacados ontem para a Vila Surumu, para iniciar o trabalho de implantação de segurança e paz na terra indígena Raposa Serra do Sol.
Uma bomba caseira foi encontrada na Igreja Católica localizada na comunidade do Barro, onde vivem os indígenas que exigem o cumprimento do decreto presidencial, para que apenas os índios possam viver na terra indígena.
O policial federal Alexandre Ferreira atuou como negociador, ouvindo os dois lados envolvidos no conflito. Os policiais chegaram em 11 viaturas e seguiram direto para iniciar o diálogo com os indígenas ligados a Sodiur (Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima), favoráveis à permanência de não-índios na região. Mas a presença dos policiais não foi vista com bons olhos. Foi feita uma revista em uma escola próxima, mas nada foi encontrado.
"Aqui não tem bandidos, não precisamos de policiais armados aqui. A presença deles só vai acirrar os ânimos ainda mais, instalar o medo e promover a discórdia. A nossa manifestação foi para defender os nossos direitos", disse a índia macuxi Deise Rodrigues.
Em seguida, os policiais foram ouvir as reivindicações dos índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR). Para a surpresa dos policiais, após realizarem uma revista na comunidade, foi encontrada uma bomba caseira intacta, de aproximadamente 25 centímetros, dentro da Igreja Católica. O artefato foi apreendido.
Um indígena, administrador da igreja, que não teve o nome revelado, disse que a bomba tinha sido jogada pelos indígenas da Sodiur no local. Segundo o coordenador-geral da Upatakon 3, delegado Fernando Segóvia, será instaurado um inquérito policial para apurar a responsabilidade.
O delegado negociador Alexandre Ferreira disse que a visita foi tranqüila e que verifica perfeitas condições de implantar o serviço social. "Sou o apaziguador, a pessoa responsável em mediar os conflitos. Estarei aqui todos os dias até que nossos objetivos sejam alcançados", disse.
Para Segóvia, a visita foi uma surpresa, já que apesar do clima tenso que predominava a região, os trabalhos de negociação transcorreram na maior tranqüilidade.
"É clara a divisão entre os índios que são contra e os que são a favor da homologação da Raposa Serra do Sol de forma contínua. No entanto, instalaremos aqui na segunda-feira, 300 homens, um posto 24h para receber denúncias, realizaremos patrulhamentos permanentes, tudo para promover a paz social", disse.
Ao final da tarde, todos os policiais retornaram a Boa Vista, mas segundo Segóvia, ainda esse final de semana ele enviará policiais para realizar patrulhas na região, antes da instalação de bases na segunda-feira, que tem prazo de permanência indefinido, até que a ordem e a segurança se instalem no local.
Ontem os agentes foram para a região fazer um trabalho de avaliação e reconhecimentos antes de montar uma base definitiva no local, a partir de segunda-feira. A chegada dos policiais foi tranqüila na Vila Surumu, epicentro da tensão que se instalou na região, e porta de entrada principal para a reserva indígena.
Os agentes vieram para Roraima com a finalidade de atuar na Operação Upatakon 3 e, com a suspensão da retirada até uma nova decisão do Supremo, passaram a ter essa nova missão, que é fazer a segurança, evitando a ocorrência de crimes no local.
De acordo com o delegado Fernando Segóvia, que coordena a Operação Upatakon, a determinação do STF foi tomada na quinta-feira, quando o ministro Tarso Genro divulgou nota afirmando que os policiais permaneceriam mobilizados em Roraima, depois que a Advocacia-Geral da União (AGU) teve negado recurso impetrado no Supremo contra a suspensão da operação.
A previsão é que os policiais permaneçam por 60 dias, que é o prazo do STF para o julgamento da primeira ação ordinária que questiona a homologação da reserva. "É uma determinação judicial, e a Polícia Federal e a Força Nacional não podem mais sair da área, porque a decisão do Supremo foi a manutenção da PF e Força Nacional para a manutenção da paz social. A gente vai ter que aguardar até que haja um novo pronunciamento do STF quanto a essa questão e a gente vai ficar na área até que haja esta decisão", disse Segóvia.
O delegado acredita não haver risco de confronto da comunidade com a polícia, devido ao clima de tensão que esteve acirrado desde quando os policiais começaram a chegar para atuar a Upatakon. Segundo ele, será feito um trabalho de aproximação com a comunidade, pois as pessoas têm que entender que a missão agora é outra.
"Não haverá mais retirada, então não justifica a resistência ou a tensão lá. A polícia vai estar no local para evitar conflitos entre as comunidades, índios contra índios ou índios contra arrozeiros e vice-versa. Só estaremos lá para promover a segurança e a tranqüilidade dentro da reserva. É como se fosse o trabalho que a Polícia Militar faz na cidade", afirmou.
Os detalhes da ocupação da reserva pela Polícia Federal ainda estão sendo fechados. O superintendente José Maria Fonseca acredita que não será necessário usar todos os 500 policiais que vieram para a Operação Upatakon 3. A princípio serão utilizados cerca de 300 homens. "Talvez não tenhamos a necessidade de usar nem esse contingente, mas é lógico que isso vai depender de como está o clima na terra indígena", disse.
O delegado Fernando Segóvia ressaltou que o que a PF está fazendo agora é avaliar se o clima na região está tenso ou calmo. "O que a gente vai fazer agora é uma conscientização de que o nosso trabalho não é retirar ninguém de lugar nenhum, é fazer a segurança pública", informou o delegado Fernando Segóvia.
Federais chegam a Surumu e encontram molotov em igreja
Dos 300 homens entre policiais federais e soldados da Força Nacional de Segurança, 44 foram destacados ontem para a Vila Surumu, para iniciar o trabalho de implantação de segurança e paz na terra indígena Raposa Serra do Sol.
Uma bomba caseira foi encontrada na Igreja Católica localizada na comunidade do Barro, onde vivem os indígenas que exigem o cumprimento do decreto presidencial, para que apenas os índios possam viver na terra indígena.
O policial federal Alexandre Ferreira atuou como negociador, ouvindo os dois lados envolvidos no conflito. Os policiais chegaram em 11 viaturas e seguiram direto para iniciar o diálogo com os indígenas ligados a Sodiur (Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima), favoráveis à permanência de não-índios na região. Mas a presença dos policiais não foi vista com bons olhos. Foi feita uma revista em uma escola próxima, mas nada foi encontrado.
"Aqui não tem bandidos, não precisamos de policiais armados aqui. A presença deles só vai acirrar os ânimos ainda mais, instalar o medo e promover a discórdia. A nossa manifestação foi para defender os nossos direitos", disse a índia macuxi Deise Rodrigues.
Em seguida, os policiais foram ouvir as reivindicações dos índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR). Para a surpresa dos policiais, após realizarem uma revista na comunidade, foi encontrada uma bomba caseira intacta, de aproximadamente 25 centímetros, dentro da Igreja Católica. O artefato foi apreendido.
Um indígena, administrador da igreja, que não teve o nome revelado, disse que a bomba tinha sido jogada pelos indígenas da Sodiur no local. Segundo o coordenador-geral da Upatakon 3, delegado Fernando Segóvia, será instaurado um inquérito policial para apurar a responsabilidade.
O delegado negociador Alexandre Ferreira disse que a visita foi tranqüila e que verifica perfeitas condições de implantar o serviço social. "Sou o apaziguador, a pessoa responsável em mediar os conflitos. Estarei aqui todos os dias até que nossos objetivos sejam alcançados", disse.
Para Segóvia, a visita foi uma surpresa, já que apesar do clima tenso que predominava a região, os trabalhos de negociação transcorreram na maior tranqüilidade.
"É clara a divisão entre os índios que são contra e os que são a favor da homologação da Raposa Serra do Sol de forma contínua. No entanto, instalaremos aqui na segunda-feira, 300 homens, um posto 24h para receber denúncias, realizaremos patrulhamentos permanentes, tudo para promover a paz social", disse.
Ao final da tarde, todos os policiais retornaram a Boa Vista, mas segundo Segóvia, ainda esse final de semana ele enviará policiais para realizar patrulhas na região, antes da instalação de bases na segunda-feira, que tem prazo de permanência indefinido, até que a ordem e a segurança se instalem no local.
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