De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
STF cai no conto dos 46% em Roraima
10/04/2008
Autor: Marcelo leite
Fonte: Folha Online - Blogs - Ciência em Dia
Cifras e números, no Brasil, são citados com a mesma freqüência com que são abusados. Considere o caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, que o governo federal tenta tirar do papel há mais de duas décadas, em favor de uns 15 mil índios macuxis, ingaricós, taurepangues, patamonas e uapixanas e contra os interesses de uma dúzia de plantadores de arroz. Supostamente, a área ocuparia 46% do território roraimense - um manifesto absurdo, correto?
A cifra aparentemente foi citada na ação cautelar (AC/2009) do governador de Roraima, José de Anchieta Jr. (PSDB), pedindo a suspensão da Operação Upatakon 3 da Polícia Federal, que deveria desalojar os fazendeiros nos próximos dias. Terminou mencionada em notícia no site oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) dando conta da decisão unânime do plenário em favor do voto do relator Carlos Ayres Britto, que concede liminar suspendendo a retirada.
Quase a mesma informação consta de reportagens nos jornais Folha de S.Paulo e Estado de S. Paulo, que falam de 43% (e não 46%) da área do Estado coberta pela Raposa Serra do Sol - provavelmente alguém confundiu um 3 com um 6, ao ouvir ou pronunciar a cifra. Errada, é bom dizer.
Qualquer pessoa com um mínimo de noção do problema em Roraima (que já tenha visto um mapa localizando a reserva, por exemplo), de bom senso ou até de espírito crítico desconfiaria da informação. A terra indígena Raposa Serra do Sol é grande, mas não tanto.
São 17.475 km² de reserva. O Estado todo tem 224.298,98 km², segundo o dado oficial. Faça as contas: dá 7,8%, não 46% (nem 43%). Esses 46% se referem à área total de 32 terras indígenas de Roraima, entre elas a Yanomami, com 96.650 km² (parte deles no Estado do Amazonas).
Não sei se houve má fé na confusão dos dados, mas sei a quem interessa a confusão. Não sei se teve peso na decisão do STF, mas sei que não tem cabimento o órgão máximo da Justiça difundi-lo como se fosse verdade.
A cifra aparentemente foi citada na ação cautelar (AC/2009) do governador de Roraima, José de Anchieta Jr. (PSDB), pedindo a suspensão da Operação Upatakon 3 da Polícia Federal, que deveria desalojar os fazendeiros nos próximos dias. Terminou mencionada em notícia no site oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) dando conta da decisão unânime do plenário em favor do voto do relator Carlos Ayres Britto, que concede liminar suspendendo a retirada.
Quase a mesma informação consta de reportagens nos jornais Folha de S.Paulo e Estado de S. Paulo, que falam de 43% (e não 46%) da área do Estado coberta pela Raposa Serra do Sol - provavelmente alguém confundiu um 3 com um 6, ao ouvir ou pronunciar a cifra. Errada, é bom dizer.
Qualquer pessoa com um mínimo de noção do problema em Roraima (que já tenha visto um mapa localizando a reserva, por exemplo), de bom senso ou até de espírito crítico desconfiaria da informação. A terra indígena Raposa Serra do Sol é grande, mas não tanto.
São 17.475 km² de reserva. O Estado todo tem 224.298,98 km², segundo o dado oficial. Faça as contas: dá 7,8%, não 46% (nem 43%). Esses 46% se referem à área total de 32 terras indígenas de Roraima, entre elas a Yanomami, com 96.650 km² (parte deles no Estado do Amazonas).
Não sei se houve má fé na confusão dos dados, mas sei a quem interessa a confusão. Não sei se teve peso na decisão do STF, mas sei que não tem cabimento o órgão máximo da Justiça difundi-lo como se fosse verdade.
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