De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Mal-estar com general faz Lula adiar reajuste a militares
19/04/2008
Fonte: FSP, Brasil, p. A4
Mal-estar com general faz Lula adiar reajuste a militares
Presidente considerou que aumento não deveria ser anunciado em momento de confronto
Versão oficial é a de que ministros da Defesa e do Planejamento não tinham chegado a consenso quanto a detalhes da proposta
Eliane Cantanhêde
Colunista da Folha
Kennedy Alencar
Da sucursal de Brasília
Letícia Sander
Da sucursal de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu adiar de 7 a 10 dias o anúncio do aumento dos soldos militares, previsto para ontem, Dia do Exército, por causa do clima de mal-estar no Planalto com as críticas do comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, à política indigenista e à homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol (RR).
Conforme a Folha apurou, o projeto de aumento já está praticamente fechado, mas o presidente considerou que não seria conveniente anunciá-lo num momento em que um oficial de alta patente confronta publicamente o governo. Decidiu esperar para ver, antes, o grau de adesão às críticas. Oficialmente, a versão é a de que os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e do Planejamento, Paulo Bernardo, não tinham chegado a um consenso quanto a detalhes da proposta, que prevê um reajuste em três etapas, a primeira delas de 8%.
Nos bastidores, o motivo real foi a avaliação de que dar o aumento ontem daria a impressão de que o governo tinha cedido às pressões militares.
Heleno, que chamou a política indigenista de "lamentável e caótica", foi convocado a Brasília para conversar, por determinação de Lula, com Jobim e com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.
O objetivo era pedir explicações e proibir que continuasse falando publicamente. A reunião foi das 19h20 às 20h30, na Defesa. No final, a assessoria de Jobim ditou uma frase do ministro para a imprensa: "As explicações foram dadas, e o problema está superado".
Lula participou ontem das comemorações do Dia do Exército, em Brasília. Ao lado dos comandantes das três Forças, em texto lido pelo locutor oficial, disse que a instituição "esteve presente ao longo de toda a história da formação e da consolidação do Brasil como Estado independente". Não houve menção ao reajuste.
O comandante do Exército mencionou a "clara determinação" do governo de dotar as Forças Armadas de material da vanguarda tecnológica.
Irrigação
Foram dois os trechos das críticas do general Heleno que mais irritaram Lula. No primeiro, ele disse que o Exército serve ao Estado brasileiro, não a um governo. No segundo, ironizou quem faz a política indigenista tomando uísque 12 anos em Copacabana.
No Planalto, houve duas tendências. Uma defendia algum tipo de punição para Heleno. Outra pregou um meio-termo: a convocação a Brasília, com pedido de explicações e a ordem para que se calasse. Numa reunião com Lula, Jobim, Enzo e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, na quinta à tarde, prevaleceu a segunda opção. O ministro e os dois generais tiveram posições semelhantes: discordaram de Heleno por criticar o governo, principalmente em público, mas defenderam o oficial, que tem quatro estrelas.
O general chegou a Brasília disposto a aceitar ficar calado, mas não a mudar de opinião.
Colaborou Valdo Cruz , da Sucursal de Brasília
FSP, 19/04/2008, Brasil, p. A4
Presidente considerou que aumento não deveria ser anunciado em momento de confronto
Versão oficial é a de que ministros da Defesa e do Planejamento não tinham chegado a consenso quanto a detalhes da proposta
Eliane Cantanhêde
Colunista da Folha
Kennedy Alencar
Da sucursal de Brasília
Letícia Sander
Da sucursal de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu adiar de 7 a 10 dias o anúncio do aumento dos soldos militares, previsto para ontem, Dia do Exército, por causa do clima de mal-estar no Planalto com as críticas do comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, à política indigenista e à homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol (RR).
Conforme a Folha apurou, o projeto de aumento já está praticamente fechado, mas o presidente considerou que não seria conveniente anunciá-lo num momento em que um oficial de alta patente confronta publicamente o governo. Decidiu esperar para ver, antes, o grau de adesão às críticas. Oficialmente, a versão é a de que os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e do Planejamento, Paulo Bernardo, não tinham chegado a um consenso quanto a detalhes da proposta, que prevê um reajuste em três etapas, a primeira delas de 8%.
Nos bastidores, o motivo real foi a avaliação de que dar o aumento ontem daria a impressão de que o governo tinha cedido às pressões militares.
Heleno, que chamou a política indigenista de "lamentável e caótica", foi convocado a Brasília para conversar, por determinação de Lula, com Jobim e com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri.
O objetivo era pedir explicações e proibir que continuasse falando publicamente. A reunião foi das 19h20 às 20h30, na Defesa. No final, a assessoria de Jobim ditou uma frase do ministro para a imprensa: "As explicações foram dadas, e o problema está superado".
Lula participou ontem das comemorações do Dia do Exército, em Brasília. Ao lado dos comandantes das três Forças, em texto lido pelo locutor oficial, disse que a instituição "esteve presente ao longo de toda a história da formação e da consolidação do Brasil como Estado independente". Não houve menção ao reajuste.
O comandante do Exército mencionou a "clara determinação" do governo de dotar as Forças Armadas de material da vanguarda tecnológica.
Irrigação
Foram dois os trechos das críticas do general Heleno que mais irritaram Lula. No primeiro, ele disse que o Exército serve ao Estado brasileiro, não a um governo. No segundo, ironizou quem faz a política indigenista tomando uísque 12 anos em Copacabana.
No Planalto, houve duas tendências. Uma defendia algum tipo de punição para Heleno. Outra pregou um meio-termo: a convocação a Brasília, com pedido de explicações e a ordem para que se calasse. Numa reunião com Lula, Jobim, Enzo e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, na quinta à tarde, prevaleceu a segunda opção. O ministro e os dois generais tiveram posições semelhantes: discordaram de Heleno por criticar o governo, principalmente em público, mas defenderam o oficial, que tem quatro estrelas.
O general chegou a Brasília disposto a aceitar ficar calado, mas não a mudar de opinião.
Colaborou Valdo Cruz , da Sucursal de Brasília
FSP, 19/04/2008, Brasil, p. A4
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