De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Índias aliadas de arrozeiros protestam contra demarcação da Raposa e atuação da PF
12/05/2008
Autor: Marco Antônio Soalheiro
Fonte: Agência Brasil
Boa Vista (RR) - Sob o sol a pino na capital de Roraima, dezenas de índias aliadas de arrozeiros seguram cartazes e, com auxílio de um carro de som, gritam palavras de ordem contra a Polícia Federal e a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em área contínua. Duas faixas resumem o recado que pretendem dar: "Lula [presidente da República]: antes de esterminar (sic) RR, conheça-a" e "Paulo César [Quartiero, líder dos arrozeiros]: Deus te ama e nós também!".
Andando de um lado para outro em frente à Assembléia Legislativa do estado, a professora Ionaia de Sá brada de microfone em punho: "Somos contra a retirada de não-índios. Queremos que a PF vá embora porque trata a gente com truculência". Uma caminhonete com agentes da PF pára em um sinal próximo e parte das mulheres avançam, xingam e dão tapas contra o veículo. Os ocupantes não reagem.
O discurso continua e a professora acrescenta: "A Funai [Fundação Nacional do Índio] não ajuda nossas comunidades e o governo Lula gasta dinheiro com turismo para policiais".
Questionada sobre a organização do protesto, Ionaia disse ser uma "iniciativa espontânea das mulheres da Raposa Serra do Sol, até porque somos maioria no mundo". No local também estava a esposa do líder dos arrozeiros Paulo César Quartiero - preso em Brasília por porte ilegal de arma e artefatos explosivos, depois que funcionários expulsaram a tiros índios que ocupavam a fazenda Depósito.
Do alto de uma intitulada tribuna popular quem fala é Antônia Rodrigues, 55 anos, que diz viver e ter nascido na Vila Surumu, onde índios favoráveis e contrários aos arrozeiros estão separados por apenas uma rua: "A [Polícia] Federal vive ameaçando todo mundo. Quero que saia e que também tire os índios que não são de lá e vão para o Surumu".
Os protestos populares em Boa Vista contra a PF estão se tornando comuns. Na última sexta-feira, manifestantes liderados pelo deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) saíram em carreta pedindo a intervenção do Exército na Raposa Serra do Sol. O parlamentar acusa a PF de ter comportamento parcial, favorável aos índios que querem a saída dos arrozeiros.
O delegado da PF Fernando Romero reage com tranqüilidade às críticas: "Entendemos como um processo natural porque interesses econômicos estão sendo contrariados."
Ele lembra que, quando moradores aliados de arrozeiros montaram uma base de resistência armada na Vila Surumu, a PF hesitou em usar a força contra eles, assim como fez agora com o bloqueio de índios na RR 319, encerrado mediante acordo.
Romero admite que alguns agentes cometeram excessos na atuação em Roraima, como disparar tiros para o alto sem necessidade em ambiente público, mas garante que foram afastados e "receberão sanções cabíveis". Sobre o deputado federal Márcio Junqueira, o delegado diz que "está a serviço dos arrozeiros e fará de tudo para difamar".
Andando de um lado para outro em frente à Assembléia Legislativa do estado, a professora Ionaia de Sá brada de microfone em punho: "Somos contra a retirada de não-índios. Queremos que a PF vá embora porque trata a gente com truculência". Uma caminhonete com agentes da PF pára em um sinal próximo e parte das mulheres avançam, xingam e dão tapas contra o veículo. Os ocupantes não reagem.
O discurso continua e a professora acrescenta: "A Funai [Fundação Nacional do Índio] não ajuda nossas comunidades e o governo Lula gasta dinheiro com turismo para policiais".
Questionada sobre a organização do protesto, Ionaia disse ser uma "iniciativa espontânea das mulheres da Raposa Serra do Sol, até porque somos maioria no mundo". No local também estava a esposa do líder dos arrozeiros Paulo César Quartiero - preso em Brasília por porte ilegal de arma e artefatos explosivos, depois que funcionários expulsaram a tiros índios que ocupavam a fazenda Depósito.
Do alto de uma intitulada tribuna popular quem fala é Antônia Rodrigues, 55 anos, que diz viver e ter nascido na Vila Surumu, onde índios favoráveis e contrários aos arrozeiros estão separados por apenas uma rua: "A [Polícia] Federal vive ameaçando todo mundo. Quero que saia e que também tire os índios que não são de lá e vão para o Surumu".
Os protestos populares em Boa Vista contra a PF estão se tornando comuns. Na última sexta-feira, manifestantes liderados pelo deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) saíram em carreta pedindo a intervenção do Exército na Raposa Serra do Sol. O parlamentar acusa a PF de ter comportamento parcial, favorável aos índios que querem a saída dos arrozeiros.
O delegado da PF Fernando Romero reage com tranqüilidade às críticas: "Entendemos como um processo natural porque interesses econômicos estão sendo contrariados."
Ele lembra que, quando moradores aliados de arrozeiros montaram uma base de resistência armada na Vila Surumu, a PF hesitou em usar a força contra eles, assim como fez agora com o bloqueio de índios na RR 319, encerrado mediante acordo.
Romero admite que alguns agentes cometeram excessos na atuação em Roraima, como disparar tiros para o alto sem necessidade em ambiente público, mas garante que foram afastados e "receberão sanções cabíveis". Sobre o deputado federal Márcio Junqueira, o delegado diz que "está a serviço dos arrozeiros e fará de tudo para difamar".
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