De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Líder dos arrozeiros volta a RR com festa
17/05/2008
Fonte: OESP, Nacional, p. A20
Líder dos arrozeiros volta a RR com festa
Após incidente com índios, ele passou 9 dias preso em Brasília
Loide Gomes
O líder arrozeiro e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero (DEM), foi recebido com fogos e festa, ontem à tarde, no Aeroporto Internacional de Boa Vista, após passar nove dias preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília.
Ele desceu do avião acompanhado do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) e saiu em carreata pelas ruas da capital de Roraima. Seu filho, Renato Quartiero, e os seis funcionários da Fazenda Depósito, que também estavam presos, chegaram durante a madrugada.
Quartiero foi preso pela PF em 6 de maio, acusado de posse ilegal de artefato explosivo e formação de quadrilha, um dia depois que funcionários da sua fazenda dispararam tiros e bombas caseiras contra índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR) que ocupavam a propriedade. Nove indígenas foram feridos.
Na quarta-feira, ele conseguiu liberdade provisória por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
A recepção a Quartiero reuniu trabalhadores, empresários, políticos e índios que apóiam a permanência dos não-índios na reserva indígena Raposa Serra do Sol. O líder dos arrozeiros defende a demarcação da reserva, de 1,7 milhão de hectares, em ilhas e não de forma contínua.
Quartiero disse que a decisão dos desembargadores do TRF fez "justiça" à prisão "arbitrária". Após a carreata, ele seguiu para Pacaraima, que estava sem prefeito desde sua prisão já que o vice-prefeito, o indígena Anísio Pedrosa, foi pressionado a não assumir o cargo, por ter rompido com o arrozeiro e se aliado ao CIR, que exige a expulsão dos não-índios da reserva. "Tenho muitas coisas a resolver em Pacaraima", disse Quartiero.
Ele considerou a multa de R$ 30,6 milhões aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) "outra arma política da perseguição do governo Lula" e afirmou que não vai desistir da demarcação em ilhas nem mudar a estratégia de ação.
CADEIA
Preso duas vezes desde o início do conflito pela permanência na Raposa Serra do Sol, Quartiero diz não ter medo de voltar para a cadeia. "Não podemos fugir do destino, nem evitá-lo. Se tiver que acontecer, fazer o que, mas não vamos desistir, não vamos ser intimidados, vamos continuar cada vez mais em frente, com mais força e vamos vencer", afirmou ele.
A Polícia Federal acusa o arrozeiro de envolvimento na queima de três pontes na reserva e na tentativa de explosão de uma viatura policial e dos prédios da PF e da Receita Federal em Pacaraima.
A PF afirma ainda que encontrou na Fazenda Depósito 149 tubos de PVC com material explosivo, sete equipamentos de fabricação caseira semelhantes a estopins de bomba, além de outros aparelhos que podem ser utilizados como armas. Quartiero nega as acusações.
Tarso acusa Quartiero de violento
Elder Ogliari
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que não responderia às críticas do líder arrozeiro Paulo César Quartiero ao governo, mas acusou-o de violência. "Ele é indiciado e provavelmente será réu e não posso me manifestar sobre a atitude de um réu, que recebe a liberdade do Judiciário e sai reafirmando o estilo de ação violento que está desenvolvendo lá", disse em Porto Alegre.
Seu antecessor, Márcio Thomaz Bastos, contou esperar que o Supremo Tribunal Federal confirme a reserva Raposa Serra do Sol. Para ele, os arrozeiros não têm razão na disputa. "Quando eles entraram lá a terra já estava identificada como indígena."
O governo, segundo Tarso, vai aceitar a decisão do STF. "O Supremo tem o poder de interpretar a Constituição e sua decisão será aplicada." Ele não respondeu aos militares da reserva que criticam a demarcação da Serra do Sol. "Isso faz parte do debate democrático sobre a política indigenista", afirmou.
OESP, 17/05/2008, Nacional, p. A20
Após incidente com índios, ele passou 9 dias preso em Brasília
Loide Gomes
O líder arrozeiro e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero (DEM), foi recebido com fogos e festa, ontem à tarde, no Aeroporto Internacional de Boa Vista, após passar nove dias preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília.
Ele desceu do avião acompanhado do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) e saiu em carreata pelas ruas da capital de Roraima. Seu filho, Renato Quartiero, e os seis funcionários da Fazenda Depósito, que também estavam presos, chegaram durante a madrugada.
Quartiero foi preso pela PF em 6 de maio, acusado de posse ilegal de artefato explosivo e formação de quadrilha, um dia depois que funcionários da sua fazenda dispararam tiros e bombas caseiras contra índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR) que ocupavam a propriedade. Nove indígenas foram feridos.
Na quarta-feira, ele conseguiu liberdade provisória por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
A recepção a Quartiero reuniu trabalhadores, empresários, políticos e índios que apóiam a permanência dos não-índios na reserva indígena Raposa Serra do Sol. O líder dos arrozeiros defende a demarcação da reserva, de 1,7 milhão de hectares, em ilhas e não de forma contínua.
Quartiero disse que a decisão dos desembargadores do TRF fez "justiça" à prisão "arbitrária". Após a carreata, ele seguiu para Pacaraima, que estava sem prefeito desde sua prisão já que o vice-prefeito, o indígena Anísio Pedrosa, foi pressionado a não assumir o cargo, por ter rompido com o arrozeiro e se aliado ao CIR, que exige a expulsão dos não-índios da reserva. "Tenho muitas coisas a resolver em Pacaraima", disse Quartiero.
Ele considerou a multa de R$ 30,6 milhões aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) "outra arma política da perseguição do governo Lula" e afirmou que não vai desistir da demarcação em ilhas nem mudar a estratégia de ação.
CADEIA
Preso duas vezes desde o início do conflito pela permanência na Raposa Serra do Sol, Quartiero diz não ter medo de voltar para a cadeia. "Não podemos fugir do destino, nem evitá-lo. Se tiver que acontecer, fazer o que, mas não vamos desistir, não vamos ser intimidados, vamos continuar cada vez mais em frente, com mais força e vamos vencer", afirmou ele.
A Polícia Federal acusa o arrozeiro de envolvimento na queima de três pontes na reserva e na tentativa de explosão de uma viatura policial e dos prédios da PF e da Receita Federal em Pacaraima.
A PF afirma ainda que encontrou na Fazenda Depósito 149 tubos de PVC com material explosivo, sete equipamentos de fabricação caseira semelhantes a estopins de bomba, além de outros aparelhos que podem ser utilizados como armas. Quartiero nega as acusações.
Tarso acusa Quartiero de violento
Elder Ogliari
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que não responderia às críticas do líder arrozeiro Paulo César Quartiero ao governo, mas acusou-o de violência. "Ele é indiciado e provavelmente será réu e não posso me manifestar sobre a atitude de um réu, que recebe a liberdade do Judiciário e sai reafirmando o estilo de ação violento que está desenvolvendo lá", disse em Porto Alegre.
Seu antecessor, Márcio Thomaz Bastos, contou esperar que o Supremo Tribunal Federal confirme a reserva Raposa Serra do Sol. Para ele, os arrozeiros não têm razão na disputa. "Quando eles entraram lá a terra já estava identificada como indígena."
O governo, segundo Tarso, vai aceitar a decisão do STF. "O Supremo tem o poder de interpretar a Constituição e sua decisão será aplicada." Ele não respondeu aos militares da reserva que criticam a demarcação da Serra do Sol. "Isso faz parte do debate democrático sobre a política indigenista", afirmou.
OESP, 17/05/2008, Nacional, p. A20
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