De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
RAPOSA SERRA DO SOL - Policiais interceptam munição e armas
24/05/2008
Autor: Andrezza Trajano
Fonte: Folha de Boa Vista
A Força Nacional de Segurança (FNS) prendeu na tarde de quinta-feira dois homens, um índio e outro não-índio, por porte de munição e posse ilegal de arma de fogo, no momento em que eles tentavam entrar na terra indígena Raposa Serra do Sol, pela RR-319, conhecida como Tranzarrozeira, região do Passarão. A prisão foi feita no mesmo dia em que os ministros do Supremo Tribunal Federal visitaram pela primeira vez a região.
As prisões foram realizadas no Posto de Fiscalização Uraricuera, após o rio de mesmo nome, a 70 quilômetros de Boa Vista, uma das portas de entrada da reserva. Nove soldados da FNS e um agente da Polícia Federal estavam de serviço na unidade.
De acordo com o agente de Comunicação Social da Força Nacional, capitão Júlio César, a primeira prisão ocorreu por volta das 15h. O índio macuxi Juarez Lima Araújo conduzia um caminhão de frete, com 12 pessoas a bordo - a maioria mulheres e crianças. Tanto ele quanto os ocupantes do veículo foram submetidos a uma revista de rotina.
Os policiais encontraram no motor do caminhão 14 cartuchos de calibre 38, enrolados em uma sacola. Questionado sobre onde estaria a arma, Araújo informou que estava em sua casa. Os policiais se deslocaram até a residência do acusado, na comunidade da Ilha, a seis quilômetros do posto. No local, os policiais encontraram um revólver calibre 38 e um rifle. O indígena não tem porte de armas.
Segundo o capitão Júlio César, o indígena teria informado "que as adquiriu para sua defesa pessoal, tendo em vista os últimos conflitos registrados entre índios e não-índios".
Aproximadamente meia hora depois, os soldados da Força Nacional de Segurança efetuaram uma nova prisão em situação semelhante. O motorista Evaldo Simão Figueira dirigia um caminhão de frete, com aproximadamente oito indígenas a bordo.
Ao ter o veículo vistoriado, foram encontrados vários cartuchos de calibre 38 e 32. Ele negou que tivesse arma de fogo. Posteriormente Evaldo Figueira confessou que tinha em sua residência - localizada no bairro Cauamé - um revólver calibre 38. Os policiais se dirigiram até o local e encontraram dois revólveres deste calibre
No veículo do motorista, os policiais localizaram ainda uma quantia em espécie no valor de R$ 6 mil. O motorista não informou a procedência do dinheiro.
Os dois acusados foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal e flagranteados pelo delegado Fabiano Martins, nos artigos 12 (posse ilegal de arma de fogo) e 14 (porte ilegal de munição) da Lei 10.826/2003. Pelos crimes eles podem pegar até quatro anos de prisão.
Segundo o delegado Fabiano, o rifle encontrado na casa do indígena Juarez Lima foi encaminhado à perícia para que seja detectado o calibre. "Se for comprovado que esta arma [rifle] é de uso restrito das Forças Armadas, o indígena pode ter sua pena aumentada", disse.
Após serem submetidos a exame de corpo delito, o índio macuxi Juarez Lima Araújo e o motorista Evaldo Simão Figueira foram encaminhados à Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, onde devem permanecer à disposição da Justiça.
MAIS PRISÕES - No início da Operação Upatakon 3, em março deste ano, soldados da Força Nacional de Segurança encontram um revólver calibre 38 em poder de um índio macuxi - que não teve o nome revelado - durante fiscalização do posto fixo de fiscalização, localizado na comunidade indígena do Entroncamento, na Raposa Serra do Sol. Ele foi autuado em flagrante pela Polícia Federal.
Já os policiais que atuam no Posto de Fiscalização do Uraricuera têm apreendido diariamente bebidas alcoólicas em poder de índios e não-índios. Conforme os policiais, chega a ser de dois a três litros por abordagem.
Na última quarta-feira, neste mesmo posto, um indígena foi preso por desacato. "Continuamos com o nosso trabalho de desarmar a população e manter a ordem e a segurança pública na terra indígena", frisou o capitão Júlio César.
CIR emite nota informando que não tem relação com índio preso
Em nota divulgada à imprensa, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) informou que não tem qualquer relação com a entidade o fato de um motorista indígena ter sido detido portando arma de fogo na região da Raposa Serra do Sol.
"Considerando todas as comunidades associadas ao CIR, a organização tem mais de 40 mil integrantes, o que torna impossível controlar os atos individuais dos seus associados", diz a nota.
O CIR declara ainda que é a favor do desarmamento na Raposa Serra do Sol, sendo esta uma garantia de paz na região. Por fim, o CIR declara que todos os seus esforços estão centrados em subsidiar as ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal para que o desfecho seja favorável aos povos indígenas.
As prisões foram realizadas no Posto de Fiscalização Uraricuera, após o rio de mesmo nome, a 70 quilômetros de Boa Vista, uma das portas de entrada da reserva. Nove soldados da FNS e um agente da Polícia Federal estavam de serviço na unidade.
De acordo com o agente de Comunicação Social da Força Nacional, capitão Júlio César, a primeira prisão ocorreu por volta das 15h. O índio macuxi Juarez Lima Araújo conduzia um caminhão de frete, com 12 pessoas a bordo - a maioria mulheres e crianças. Tanto ele quanto os ocupantes do veículo foram submetidos a uma revista de rotina.
Os policiais encontraram no motor do caminhão 14 cartuchos de calibre 38, enrolados em uma sacola. Questionado sobre onde estaria a arma, Araújo informou que estava em sua casa. Os policiais se deslocaram até a residência do acusado, na comunidade da Ilha, a seis quilômetros do posto. No local, os policiais encontraram um revólver calibre 38 e um rifle. O indígena não tem porte de armas.
Segundo o capitão Júlio César, o indígena teria informado "que as adquiriu para sua defesa pessoal, tendo em vista os últimos conflitos registrados entre índios e não-índios".
Aproximadamente meia hora depois, os soldados da Força Nacional de Segurança efetuaram uma nova prisão em situação semelhante. O motorista Evaldo Simão Figueira dirigia um caminhão de frete, com aproximadamente oito indígenas a bordo.
Ao ter o veículo vistoriado, foram encontrados vários cartuchos de calibre 38 e 32. Ele negou que tivesse arma de fogo. Posteriormente Evaldo Figueira confessou que tinha em sua residência - localizada no bairro Cauamé - um revólver calibre 38. Os policiais se dirigiram até o local e encontraram dois revólveres deste calibre
No veículo do motorista, os policiais localizaram ainda uma quantia em espécie no valor de R$ 6 mil. O motorista não informou a procedência do dinheiro.
Os dois acusados foram encaminhados à Superintendência da Polícia Federal e flagranteados pelo delegado Fabiano Martins, nos artigos 12 (posse ilegal de arma de fogo) e 14 (porte ilegal de munição) da Lei 10.826/2003. Pelos crimes eles podem pegar até quatro anos de prisão.
Segundo o delegado Fabiano, o rifle encontrado na casa do indígena Juarez Lima foi encaminhado à perícia para que seja detectado o calibre. "Se for comprovado que esta arma [rifle] é de uso restrito das Forças Armadas, o indígena pode ter sua pena aumentada", disse.
Após serem submetidos a exame de corpo delito, o índio macuxi Juarez Lima Araújo e o motorista Evaldo Simão Figueira foram encaminhados à Penitenciária Agrícola do Monte Cristo, onde devem permanecer à disposição da Justiça.
MAIS PRISÕES - No início da Operação Upatakon 3, em março deste ano, soldados da Força Nacional de Segurança encontram um revólver calibre 38 em poder de um índio macuxi - que não teve o nome revelado - durante fiscalização do posto fixo de fiscalização, localizado na comunidade indígena do Entroncamento, na Raposa Serra do Sol. Ele foi autuado em flagrante pela Polícia Federal.
Já os policiais que atuam no Posto de Fiscalização do Uraricuera têm apreendido diariamente bebidas alcoólicas em poder de índios e não-índios. Conforme os policiais, chega a ser de dois a três litros por abordagem.
Na última quarta-feira, neste mesmo posto, um indígena foi preso por desacato. "Continuamos com o nosso trabalho de desarmar a população e manter a ordem e a segurança pública na terra indígena", frisou o capitão Júlio César.
CIR emite nota informando que não tem relação com índio preso
Em nota divulgada à imprensa, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) informou que não tem qualquer relação com a entidade o fato de um motorista indígena ter sido detido portando arma de fogo na região da Raposa Serra do Sol.
"Considerando todas as comunidades associadas ao CIR, a organização tem mais de 40 mil integrantes, o que torna impossível controlar os atos individuais dos seus associados", diz a nota.
O CIR declara ainda que é a favor do desarmamento na Raposa Serra do Sol, sendo esta uma garantia de paz na região. Por fim, o CIR declara que todos os seus esforços estão centrados em subsidiar as ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal para que o desfecho seja favorável aos povos indígenas.
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