De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Raposa Serra do Sol tem guerra de laudos
30/08/2008
Fonte: O Globo, O País, p. 18
Raposa Serra do Sol tem guerra de laudos
Documento da Funai defende demarcação contínua; já peritos mostram incongruências
Catarina Alencastro
O embate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol é também uma guerra de laudos. De um lado, um relatório antropológico da Funai defende a demarcação da área de forma contínua; de outro, um laudo de peritos, requisitado pela Justiça Federal de Roraima, fala de uma série de impropriedades na defesa da demarcação contínua, entre elas, o próprio relatório da Funai.
Coordenado pela antropóloga Maria Guiomar de Melo, o relatório da Funai é resultado de um estudo sobre as atividades produtivas e formas de organização das cinco etnias do local: macuxi, ingarakó, taurepang, wapixana e tapamona.
- Esse trabalho foi exaustivo, levou anos. Foram consultadas todas as comunidades, todas as pessoas da região.
Todas os líderes das comunidades indígenas se manifestaram a favor da demarcação contínua. Depois é que apareceram essas declarações contrárias - disse Paulo Santilli, coordenador de identificação e demarcação de terras indígenas da Funai.
Integrante da comissão pericial, o economista José Hamilton Gondim Silva sustenta que o laudo que defende a demarcação contínua não traz nada de novo, mas chega a conclusão oposta à do documento em que se baseou.
Para o ex-líder garimpeiro José Altino Machado, que já explorou minério na área ianomâmi, em Roraima, na década de 80, o ministro Ayres Britto, do STF, que deu voto a favor da demarcação contínua, desconhece a realidade dos índios:
- O ministro do Supremo mostrou falta de identidade com a profissão. É uma pessoa que está votando pela emoção. A causa indígena no Sul é muito bonita. Quando falam dos índios, falam de sonhos e não da realidade.
O Globo, 30/08/2008, O País, p. 18
Documento da Funai defende demarcação contínua; já peritos mostram incongruências
Catarina Alencastro
O embate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol é também uma guerra de laudos. De um lado, um relatório antropológico da Funai defende a demarcação da área de forma contínua; de outro, um laudo de peritos, requisitado pela Justiça Federal de Roraima, fala de uma série de impropriedades na defesa da demarcação contínua, entre elas, o próprio relatório da Funai.
Coordenado pela antropóloga Maria Guiomar de Melo, o relatório da Funai é resultado de um estudo sobre as atividades produtivas e formas de organização das cinco etnias do local: macuxi, ingarakó, taurepang, wapixana e tapamona.
- Esse trabalho foi exaustivo, levou anos. Foram consultadas todas as comunidades, todas as pessoas da região.
Todas os líderes das comunidades indígenas se manifestaram a favor da demarcação contínua. Depois é que apareceram essas declarações contrárias - disse Paulo Santilli, coordenador de identificação e demarcação de terras indígenas da Funai.
Integrante da comissão pericial, o economista José Hamilton Gondim Silva sustenta que o laudo que defende a demarcação contínua não traz nada de novo, mas chega a conclusão oposta à do documento em que se baseou.
Para o ex-líder garimpeiro José Altino Machado, que já explorou minério na área ianomâmi, em Roraima, na década de 80, o ministro Ayres Britto, do STF, que deu voto a favor da demarcação contínua, desconhece a realidade dos índios:
- O ministro do Supremo mostrou falta de identidade com a profissão. É uma pessoa que está votando pela emoção. A causa indígena no Sul é muito bonita. Quando falam dos índios, falam de sonhos e não da realidade.
O Globo, 30/08/2008, O País, p. 18
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