De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Entre a confiança e a tensão
10/12/2008
Fonte: CB, Brasil, p. 10-11
Entre a confiança e a tensão
Índios acreditam que Supremo Tribunal manterá demarcação da reserva em área contínua, mas se sentem ameaçados por arrozeiros
Paloma Oliveto
Da equipe do Correio
Horas antes do julgamento que vai decidir sobre a constitucionalidade da demarcação em área contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, que será retomado hoje, o clima entre os índios é de confiança no resultado, mas também de tensão. Embora digam estarem certos de que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seguirão o voto do relator, Carlos Ayres Britto, favorável ao decreto presidencial contestado na Justiça, eles temem a reação dos fazendeiros que se recusam a sair da região. As declarações do arrozeiro e prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero (DEM), de que os produtores rurais não vão aceitar "na marra" a expulsão da terra (leia abaixo), foram entendidas como ameaças por um grupo de líderes indígenas que fizeram ontem um manifesto pacífico em frente ao prédio da Corte.
"Estamos pedindo força, coragem e que os que estão contra nós consigam entender que só queremos manter nossa cultura", disse o cacique macuxi Djacir Souza, morador da Aldeia Maturuca. Juntamente com representantes das outras quatro etnias que vivem em Raposa Serra do Sol, ele dançou a parixara, um ritual tradicional de vigília. Antes da manifestação, um grupo de 42 indígenas foi recebido pelos ministros do Supremo em reunião reservada. "Da nossa parte, não vai ter reação. Nunca fizemos justiça com as próprias mãos. Enquanto isso, acontecem homicídios de índios e ninguém é punido", diz. De acordo com o relatório mais recente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização ligada à Igreja Católica, entre 1995 e 2005, 287 índios foram assassinados no Brasil.
Embora a terra dos ingaricós fique mais afastada da área de conflitos, que atinge principalmente os macuxis e uapichanas, o cacique Gelson Ingaricó, coordenador da Aldeia Serra do Sol, diz que a orientação dos líderes é para que os índios fiquem atentos contra possíveis agressões. Porém, ele garante que, por parte dos indígenas, não haverá conflito armado.
CB, 10/12/2008, Brasil, p. 10-11
Índios acreditam que Supremo Tribunal manterá demarcação da reserva em área contínua, mas se sentem ameaçados por arrozeiros
Paloma Oliveto
Da equipe do Correio
Horas antes do julgamento que vai decidir sobre a constitucionalidade da demarcação em área contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, que será retomado hoje, o clima entre os índios é de confiança no resultado, mas também de tensão. Embora digam estarem certos de que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seguirão o voto do relator, Carlos Ayres Britto, favorável ao decreto presidencial contestado na Justiça, eles temem a reação dos fazendeiros que se recusam a sair da região. As declarações do arrozeiro e prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero (DEM), de que os produtores rurais não vão aceitar "na marra" a expulsão da terra (leia abaixo), foram entendidas como ameaças por um grupo de líderes indígenas que fizeram ontem um manifesto pacífico em frente ao prédio da Corte.
"Estamos pedindo força, coragem e que os que estão contra nós consigam entender que só queremos manter nossa cultura", disse o cacique macuxi Djacir Souza, morador da Aldeia Maturuca. Juntamente com representantes das outras quatro etnias que vivem em Raposa Serra do Sol, ele dançou a parixara, um ritual tradicional de vigília. Antes da manifestação, um grupo de 42 indígenas foi recebido pelos ministros do Supremo em reunião reservada. "Da nossa parte, não vai ter reação. Nunca fizemos justiça com as próprias mãos. Enquanto isso, acontecem homicídios de índios e ninguém é punido", diz. De acordo com o relatório mais recente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização ligada à Igreja Católica, entre 1995 e 2005, 287 índios foram assassinados no Brasil.
Embora a terra dos ingaricós fique mais afastada da área de conflitos, que atinge principalmente os macuxis e uapichanas, o cacique Gelson Ingaricó, coordenador da Aldeia Serra do Sol, diz que a orientação dos líderes é para que os índios fiquem atentos contra possíveis agressões. Porém, ele garante que, por parte dos indígenas, não haverá conflito armado.
CB, 10/12/2008, Brasil, p. 10-11
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