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Notícias
Quartiero confirma convite para plantar na Venezuela
22/01/2009
Autor: Cyneida Correia
Fonte: Portal Terra
Quartiero confirma convite para plantar na Venezuela
Direto de Boa Vista
O produtor de arroz e ex-prefeito de Pacaraima (RR) Paulo Cesar Quartiero, confirmou que foi convidado pelo presidente Hugo Chávez para plantar na Venezuela. "A gente tem uma amizade. Ele é solidário com a situação dos latino-americanos e o sonho dele é a integração da América latina. Eu acho que se pode até criticar seu modo de atuação, mas não seu patriotismo", disse. "Temos as mesmas idéias de necessidade de soberania nacional e afirmação de nossos respectivos países como nações. Nessa questão, todo patriota tem o mesmo pensamento."
Quartiero foi o líder do movimento de resistência à retirada de produtores de arroz e não índios da terra indígena Raposa Serra do Sol, área localizada na fronteira do Brasil com a Venezuela e que foi palco de grande conflito. Na próxima semana, o rizicultor vai visitar terras no país vizinho onde poderá iniciar plantações de arroz, milho ou soja.
"Eu realmente recebi o convite e estou indo na semana que vem dar uma olhada nas terras, mas não devo plantar arroz, apenas soja e milho, que são as bases alimentares da Venezuela. Já conheço algumas áreas agrícolas, mas quero conhecer mais e ter uma noção melhor do que podemos escolher lá" afirmou.
O produtor ocupa hoje quase 10 mil hectares de terra em Roraima, onde planta arroz suficiente para abastecer todos os estados da Amazônia, incluindo Roraima, Amazonas e Pará. Janeiro é época de colheita, e apesar das fortes chuvas na região, a expectativa é que sejam colhidas 500 sacas de arroz, 100 a mais do que no ano passado, somente nas fazendas de Quartiero.
"Aqui eu planto, mas não recebo incentivo, pois se quiser escoar minha produção, tenho que arrumar estrada, fazer manutenção de ponte e até consertar balsa", declarou. "O governo só aparece na hora de comprar, mas na hora de ajudar, não ajuda. Se fosse assim e eu não fosse perseguido ainda vá lá, mas sou taxado de invasor e criminoso em meu país."
O governo venezuelano teria oferecido grandes vantagens para Quartiero transferir sua atividade para o país vizinho. O produtor afirmou que não acredita mais em promessas políticas e criticou o governo brasileiro pelo posicionamento em relação a Raposa Serra do Sol.
"Espero que na Venezuela me permitam trabalhar e realmente dêem incentivo à agricultura, coisa que o governo brasileiro não está fazendo. Sinceramente, não acredito em incentivo de nenhum governo, eu quero simplesmente liberdade para poder trabalhar e ser respeitado como produtor" afirmou.
Quartiero também reclamou dos impostos que paga no Brasil e chamou de extorsão a política fiscal brasileira. "A política fiscal da Venezuela é diferente do Brasil. Aqui chega a 40% o que pago de impostos, e lá o que vou gastar não vai passar de 10 a 15 %. O governo não tem política fiscal de extorsão na Venezuela."
Questionado se iria abandonar Roraima e o Brasil, o produtor de arroz disse não ter mais pátria. "Não vou abandonar Roraima. Eu fui expulso do Brasil, sou um sem-terra, sem produção, sem país. Eu sou um pária no Brasil, um brasileiro que foi expulso do seu país e aceito no país vizinho", concluiu.
Especial para Terra
Direto de Boa Vista
O produtor de arroz e ex-prefeito de Pacaraima (RR) Paulo Cesar Quartiero, confirmou que foi convidado pelo presidente Hugo Chávez para plantar na Venezuela. "A gente tem uma amizade. Ele é solidário com a situação dos latino-americanos e o sonho dele é a integração da América latina. Eu acho que se pode até criticar seu modo de atuação, mas não seu patriotismo", disse. "Temos as mesmas idéias de necessidade de soberania nacional e afirmação de nossos respectivos países como nações. Nessa questão, todo patriota tem o mesmo pensamento."
Quartiero foi o líder do movimento de resistência à retirada de produtores de arroz e não índios da terra indígena Raposa Serra do Sol, área localizada na fronteira do Brasil com a Venezuela e que foi palco de grande conflito. Na próxima semana, o rizicultor vai visitar terras no país vizinho onde poderá iniciar plantações de arroz, milho ou soja.
"Eu realmente recebi o convite e estou indo na semana que vem dar uma olhada nas terras, mas não devo plantar arroz, apenas soja e milho, que são as bases alimentares da Venezuela. Já conheço algumas áreas agrícolas, mas quero conhecer mais e ter uma noção melhor do que podemos escolher lá" afirmou.
O produtor ocupa hoje quase 10 mil hectares de terra em Roraima, onde planta arroz suficiente para abastecer todos os estados da Amazônia, incluindo Roraima, Amazonas e Pará. Janeiro é época de colheita, e apesar das fortes chuvas na região, a expectativa é que sejam colhidas 500 sacas de arroz, 100 a mais do que no ano passado, somente nas fazendas de Quartiero.
"Aqui eu planto, mas não recebo incentivo, pois se quiser escoar minha produção, tenho que arrumar estrada, fazer manutenção de ponte e até consertar balsa", declarou. "O governo só aparece na hora de comprar, mas na hora de ajudar, não ajuda. Se fosse assim e eu não fosse perseguido ainda vá lá, mas sou taxado de invasor e criminoso em meu país."
O governo venezuelano teria oferecido grandes vantagens para Quartiero transferir sua atividade para o país vizinho. O produtor afirmou que não acredita mais em promessas políticas e criticou o governo brasileiro pelo posicionamento em relação a Raposa Serra do Sol.
"Espero que na Venezuela me permitam trabalhar e realmente dêem incentivo à agricultura, coisa que o governo brasileiro não está fazendo. Sinceramente, não acredito em incentivo de nenhum governo, eu quero simplesmente liberdade para poder trabalhar e ser respeitado como produtor" afirmou.
Quartiero também reclamou dos impostos que paga no Brasil e chamou de extorsão a política fiscal brasileira. "A política fiscal da Venezuela é diferente do Brasil. Aqui chega a 40% o que pago de impostos, e lá o que vou gastar não vai passar de 10 a 15 %. O governo não tem política fiscal de extorsão na Venezuela."
Questionado se iria abandonar Roraima e o Brasil, o produtor de arroz disse não ter mais pátria. "Não vou abandonar Roraima. Eu fui expulso do Brasil, sou um sem-terra, sem produção, sem país. Eu sou um pária no Brasil, um brasileiro que foi expulso do seu país e aceito no país vizinho", concluiu.
Especial para Terra
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