De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Arrozeiro também é brasileiro, diz indígena contrário à decisão do STF
19/03/2009
Autor: Luana Lourenço
Fonte: Agência Brasil - http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/03/19/materia.2009-03-19.8905940373/view
Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) - Longe do Supremo Tribunal Federal (STF), no interior da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, um grupo de índios recebeu com revolta e indignação a decisão da Corte que confirmou hoje (19) a legalidade da demarcação da reserva em faixa contínua. Ligado aos produtores de arroz - que terão que desocupar a terra - o grupo considerou a decisão "lamentável".
"Nós não concordamos com a retirada dos não-índios, porque antes de serem produtores eles são brasileiros. Os arrozeiros também são brasileiros, produzem para o Brasil, inclusive para os pratos do próprio ministro Carlos Ayres Britto; tenho certeza que ele também come arroz de Roraima", afirmou o índio Macuxi José Brazão, ligado ao rizicultor Paulo César Quartiero, líder da resistência à demarcação contínua.
Aos prantos, a agricultora Lídia Cabral, que diz ter nascido e vivido na área em que a reserva foi demarcada - e agora vai ter que deixar a região - lamentou a decisão do STF e questionou a garantia de que os não-índios serão indenizados pelas propriedades.
"É uma injustiça. Decidem lá que a gente tem que sair, mas duvido que vão pagar nossos direitos. Eu nasci aqui, não é justo. Não tenho para onde ir", afirmou.
O grupo acompanhou o julgamento por uma televisão com transmissão via satélite instalada em uma das casas da Vila Surumu, na entrada da terra indígena.
Após o anúncio final da decisão, as famílias que apóiam os arrozeiros disseram que, mesmo com a saída dos produtores, não pretendem se submeter às orientações do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que representa a maioria dos moradores da reserva e desde o ínicio do processo defendia a saída dos não-índios.
"Nós vamos continuar aqui. Não vamos nos submeter à Igreja Católica, nem aos caprichos do CIR ou do Cimi (Conselho Indigenista Missionário)", disse Brazão.
Sobre a operação de retirada dos produtores de arroz e dos não-índios que vivem na terra indígena, o grupo defende a concessão de um prazo mínimo para a colheita do arroz já plantado, prevista para maio.
"Nós não concordamos com a retirada dos não-índios, porque antes de serem produtores eles são brasileiros. Os arrozeiros também são brasileiros, produzem para o Brasil, inclusive para os pratos do próprio ministro Carlos Ayres Britto; tenho certeza que ele também come arroz de Roraima", afirmou o índio Macuxi José Brazão, ligado ao rizicultor Paulo César Quartiero, líder da resistência à demarcação contínua.
Aos prantos, a agricultora Lídia Cabral, que diz ter nascido e vivido na área em que a reserva foi demarcada - e agora vai ter que deixar a região - lamentou a decisão do STF e questionou a garantia de que os não-índios serão indenizados pelas propriedades.
"É uma injustiça. Decidem lá que a gente tem que sair, mas duvido que vão pagar nossos direitos. Eu nasci aqui, não é justo. Não tenho para onde ir", afirmou.
O grupo acompanhou o julgamento por uma televisão com transmissão via satélite instalada em uma das casas da Vila Surumu, na entrada da terra indígena.
Após o anúncio final da decisão, as famílias que apóiam os arrozeiros disseram que, mesmo com a saída dos produtores, não pretendem se submeter às orientações do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que representa a maioria dos moradores da reserva e desde o ínicio do processo defendia a saída dos não-índios.
"Nós vamos continuar aqui. Não vamos nos submeter à Igreja Católica, nem aos caprichos do CIR ou do Cimi (Conselho Indigenista Missionário)", disse Brazão.
Sobre a operação de retirada dos produtores de arroz e dos não-índios que vivem na terra indígena, o grupo defende a concessão de um prazo mínimo para a colheita do arroz já plantado, prevista para maio.
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