De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Rizicultor reclama de apoio da PF
24/03/2009
Autor: ANDREZZA TRAJANO
Fonte: Folha de Boa Vista- http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=58548
Em entrevista à Folha, o rizicultor Paulo César Quartiero disse que paralisou a atividade de retirada de equipamentos de suas duas fazendas, Depósito e Providência, inseridas na terra indígena Raposa Serra do Sol, por falta de apoio e logística da Polícia Federal (PF).
Segundo ele, no fim de semana ele pediu apoio da PF para transportar as cargas [colheitadeiras e tratores] de suas fazendas na reserva até a usina de beneficiamento de arroz, localizada no Distrito Industrial, em Boa Vista. Entretanto, o produtor declarou que não teve o pedido atendido.
"Esses equipamentos tem excesso lateral, são cargas perigosas e a Polícia Federal não está ajudando como foi combinado. Não teve nem batedor para nos escoltar", denunciou.
Quartiero disse que também irá paralisar a retirada de seus bens por falta de recurso para a atividade. Segundo ele, será necessário investir quase R$ 3 milhões no transporte dos equipamentos, insumos e pagamento da mão-de-obra. Também seriam necessários seis meses para concluir o processo, trabalhando de domingo a domingo incluindo feriados.
"Tomam minha atividade econômica, então, teoricamente, não tenho mais como arcar com custos. Tenho que me estabelecer em outro lugar e ainda querem que eu financie R$ 2,835 milhões com a retirada. Precisaria do pagamento da indenização para custear parte desses investimentos", argumentou. Ele acrescentou que ainda tem mil hectares de arroz para colher, avaliados em R$ 5 milhões.
Quartiero apresentou a reportagem uma propaganda veiculada pelo Governo Federal na mídia nacional, posterior à demarcação da reserva em área única. Dois trechos foram destacados por ele.
"O primeiro trecho diz que a decisão de demarcar em área única estaria ligada à promoção do desenvolvimento de Roraima, que satisfaz toda a população do estado, por meio de políticas públicas que estimulam a produção e a inclusão social", parafraseou.
O segundo item apontado por ele, diz que "entre as medidas a serem adotadas, deve ser concluído o levantamento, avaliação e pagamento das benfeitorias identificadas na nas terras indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos e que nenhum ocupante de boa fé será obrigado a retira-se antes de receber sua indenização e ter destinada uma nova área para seu reassentamento".
O arrozeiro afirmou que as entidades federais [Polícia Federal e Exército Brasileiro] não possuem condições de retirar seus equipamentos da reserva. Elas não possuem logística nem conhecimento para realizar o transporte das cargas. Ainda disse que vai procurar a Sociedade de Defesa dos Animais, pois acredita que os bichos [cerca de 4 mil bois] vão sofrer com toda essa mudança.
Na oportunidade, Paulo Quartiero denunciou que seus funcionários estariam sendo mal tratados por policiais durante o percurso até as fazendas. Eles estariam sendo revistados de forma truculenta.
PF - De acordo com o coordenador executivo da Operação Upatakon, delegado Nelson Kneip, um funcionário de Quartiero procurou a Polícia Federal na sexta-feira passada para pedir auxílio, uma vez que o rizicultor pretendia fazer a retirada voluntária das máquinas, mas a largura dos equipamentos seriam maiores que o permitido para tráfego nas rodovias.
Ele afirmou que no sábado, uma equipe policial foi até Surumu e escoltou o transporte de uma colheitadeira da fazenda Depósito até o Distrito Industrial, conforme combinado.
No domingo, a PF não teria enviado batedores, porém teria auxiliado na entrada de uma outra máquina em Boa Vista, oriunda da fazenda Providência. A máquina era muito alta e não conseguia passar pela cidade, devido à proximidade com os fios de alta tensão.
"Eu mesmo intervi junto a Boa Vista Energia pedindo suporte para fazer o levantamento dos fios por onde a máquina fosse passando, o que foi feito", explicou.
Sobre a paralisação da atividade de retirada anunciada por Quartiero, Kneip disse que o superintendente da PF, José Maria Fonseca, está em Brasília justamente para traçar essas diretrizes, mas que em princípio, admitiu que a obrigação de retirada dos equipamentos de não-índios da reserva é de obrigatoriedade do Governo Federal.
Quanto a possíveis ações truculentas por parte de policiais na Raposa Serra do Sol, ele disse não ter conhecimento.
Segundo ele, no fim de semana ele pediu apoio da PF para transportar as cargas [colheitadeiras e tratores] de suas fazendas na reserva até a usina de beneficiamento de arroz, localizada no Distrito Industrial, em Boa Vista. Entretanto, o produtor declarou que não teve o pedido atendido.
"Esses equipamentos tem excesso lateral, são cargas perigosas e a Polícia Federal não está ajudando como foi combinado. Não teve nem batedor para nos escoltar", denunciou.
Quartiero disse que também irá paralisar a retirada de seus bens por falta de recurso para a atividade. Segundo ele, será necessário investir quase R$ 3 milhões no transporte dos equipamentos, insumos e pagamento da mão-de-obra. Também seriam necessários seis meses para concluir o processo, trabalhando de domingo a domingo incluindo feriados.
"Tomam minha atividade econômica, então, teoricamente, não tenho mais como arcar com custos. Tenho que me estabelecer em outro lugar e ainda querem que eu financie R$ 2,835 milhões com a retirada. Precisaria do pagamento da indenização para custear parte desses investimentos", argumentou. Ele acrescentou que ainda tem mil hectares de arroz para colher, avaliados em R$ 5 milhões.
Quartiero apresentou a reportagem uma propaganda veiculada pelo Governo Federal na mídia nacional, posterior à demarcação da reserva em área única. Dois trechos foram destacados por ele.
"O primeiro trecho diz que a decisão de demarcar em área única estaria ligada à promoção do desenvolvimento de Roraima, que satisfaz toda a população do estado, por meio de políticas públicas que estimulam a produção e a inclusão social", parafraseou.
O segundo item apontado por ele, diz que "entre as medidas a serem adotadas, deve ser concluído o levantamento, avaliação e pagamento das benfeitorias identificadas na nas terras indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos e que nenhum ocupante de boa fé será obrigado a retira-se antes de receber sua indenização e ter destinada uma nova área para seu reassentamento".
O arrozeiro afirmou que as entidades federais [Polícia Federal e Exército Brasileiro] não possuem condições de retirar seus equipamentos da reserva. Elas não possuem logística nem conhecimento para realizar o transporte das cargas. Ainda disse que vai procurar a Sociedade de Defesa dos Animais, pois acredita que os bichos [cerca de 4 mil bois] vão sofrer com toda essa mudança.
Na oportunidade, Paulo Quartiero denunciou que seus funcionários estariam sendo mal tratados por policiais durante o percurso até as fazendas. Eles estariam sendo revistados de forma truculenta.
PF - De acordo com o coordenador executivo da Operação Upatakon, delegado Nelson Kneip, um funcionário de Quartiero procurou a Polícia Federal na sexta-feira passada para pedir auxílio, uma vez que o rizicultor pretendia fazer a retirada voluntária das máquinas, mas a largura dos equipamentos seriam maiores que o permitido para tráfego nas rodovias.
Ele afirmou que no sábado, uma equipe policial foi até Surumu e escoltou o transporte de uma colheitadeira da fazenda Depósito até o Distrito Industrial, conforme combinado.
No domingo, a PF não teria enviado batedores, porém teria auxiliado na entrada de uma outra máquina em Boa Vista, oriunda da fazenda Providência. A máquina era muito alta e não conseguia passar pela cidade, devido à proximidade com os fios de alta tensão.
"Eu mesmo intervi junto a Boa Vista Energia pedindo suporte para fazer o levantamento dos fios por onde a máquina fosse passando, o que foi feito", explicou.
Sobre a paralisação da atividade de retirada anunciada por Quartiero, Kneip disse que o superintendente da PF, José Maria Fonseca, está em Brasília justamente para traçar essas diretrizes, mas que em princípio, admitiu que a obrigação de retirada dos equipamentos de não-índios da reserva é de obrigatoriedade do Governo Federal.
Quanto a possíveis ações truculentas por parte de policiais na Raposa Serra do Sol, ele disse não ter conhecimento.
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