De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Ocupação ilegal de terras favorece desmatamento em Rondônia
28/07/2009
Fonte: Globo Amazônia - www.globoamazonia.com
Quarenta anos de desmatamento, queimadas e rebanhos ilegais: quase metade da floresta amazônica existente em Rondônia foi devastada pelas mãos de garimpeiros, pecuaristas, grileiros. Nem as áreas protegidas - e proibidas - escapam.
Entre os estados amazônicos, Rondônia é o que mais sofreu com o desmatamento. Dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia mostram que, entre agosto de 2007 e agosto de 2008, a destruição da floresta aumentou cerca de 23%. Ao todo, 38% da vegetação desapareceram. Depois das áreas particulares, o desmatamento se concentra em unidades de proteção permanente e reservas indígenas.
A reportagem do Bom Dia Brasil foi até uma fazenda dentro de uma reserva indígena. Quando se olha pela primeira vez, a impressão que se tem é de que no local nunca existiu uma árvore da Amazônia. O que era floresta, virou pasto.
Na Floresta Nacional do Bom Futuro, há muitas clareiras. O avanço da pecuária desrespeita as regras do plano de uso sustentável da terra. É uma disputa complicada, de pelo menos duas décadas.
Em Alto Paraíso, a 200 quilômetros de Porto Velho é possível encontrar gente simples, mas que não se intimida - mesmo contrariando a lei. Vivem ali 3.500 mil famílias, como a do agricultor Antônio Bernardes. Ele diz que comprou a terra de um grileiro, sem saber que era proibido.
"Eu nunca tinha trabalhado na roça, mas vi uma possibilidade de ter uma terra. Fui à casa desse rapaz que disse que tinha terra para vender. Nunca ninguém veio falar que não podia. Acho que no início, quando eu tinha comprado, se chegasse e dissesse que não podia, eu sairia", aponta o agricultor.
Mas nem todos foram enganados. "Achei que aqui era uma terra da União, como eu acho que é até hoje", diz Eliseu, que mora há seis anos dentro da floresta nacional e não pretende retirar as 200 cabeças de gado criadas em sua fazenda.
"Eu adquiri o direito de posse. Rondônia só tem 18% de área escriturada, o resto, 82%, não têm documento algum. Em Rondônia é um problema sério isso", justifica.
Derly trabalhou cinco anos na construção civil na Espanha. Comprou de um grileiro uma pequena área invadida dentro da floresta nacional. Ele corre o risco de perder todo o dinheiro que economizou no exterior: "Comprei de um rapaz. Aqui não tem escritura".
Uru-Eu-Wau-Wau
Não muito longe dali, um novo flagrante, agora na Terra Indígena de Uru-Eu-Wau-Wau. A maior fazenda ilegal em terras indígenas é de um empresário. "O dono mora em Ouro Preto. É difícil ele vir aqui", aponta um funcionário.
"Temos aqui uma relação dos assentados pelo Incra, na década de 1980. Nessa relação percebemos que a ocupação não é pelos assentados do Incra. Após a demarcação, houve um esvaziamento. Servidores públicos, empresários da região foram adquirindo os lotes. Temos aqui agente penitenciário, funcionário do Ibama", diz o responsável pelo setor do meio ambiente da Funai.
São moradores que sabem como funciona o sistema e que encontraram, primeiro na exploração da madeira, depois na pecuária, uma forma de enriquecer.
"A pecuária é a cultura que mais prejudica a floresta, porque faz o corte raso. Ela tem grandes extensões, então ela tira toda a floresta, ela mata os animais, então ela traz uma série de prejuízos à biodiversidade", explica uma representante da ONG Kanindé.
Entre os estados amazônicos, Rondônia é o que mais sofreu com o desmatamento. Dados recentes do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia mostram que, entre agosto de 2007 e agosto de 2008, a destruição da floresta aumentou cerca de 23%. Ao todo, 38% da vegetação desapareceram. Depois das áreas particulares, o desmatamento se concentra em unidades de proteção permanente e reservas indígenas.
A reportagem do Bom Dia Brasil foi até uma fazenda dentro de uma reserva indígena. Quando se olha pela primeira vez, a impressão que se tem é de que no local nunca existiu uma árvore da Amazônia. O que era floresta, virou pasto.
Na Floresta Nacional do Bom Futuro, há muitas clareiras. O avanço da pecuária desrespeita as regras do plano de uso sustentável da terra. É uma disputa complicada, de pelo menos duas décadas.
Em Alto Paraíso, a 200 quilômetros de Porto Velho é possível encontrar gente simples, mas que não se intimida - mesmo contrariando a lei. Vivem ali 3.500 mil famílias, como a do agricultor Antônio Bernardes. Ele diz que comprou a terra de um grileiro, sem saber que era proibido.
"Eu nunca tinha trabalhado na roça, mas vi uma possibilidade de ter uma terra. Fui à casa desse rapaz que disse que tinha terra para vender. Nunca ninguém veio falar que não podia. Acho que no início, quando eu tinha comprado, se chegasse e dissesse que não podia, eu sairia", aponta o agricultor.
Mas nem todos foram enganados. "Achei que aqui era uma terra da União, como eu acho que é até hoje", diz Eliseu, que mora há seis anos dentro da floresta nacional e não pretende retirar as 200 cabeças de gado criadas em sua fazenda.
"Eu adquiri o direito de posse. Rondônia só tem 18% de área escriturada, o resto, 82%, não têm documento algum. Em Rondônia é um problema sério isso", justifica.
Derly trabalhou cinco anos na construção civil na Espanha. Comprou de um grileiro uma pequena área invadida dentro da floresta nacional. Ele corre o risco de perder todo o dinheiro que economizou no exterior: "Comprei de um rapaz. Aqui não tem escritura".
Uru-Eu-Wau-Wau
Não muito longe dali, um novo flagrante, agora na Terra Indígena de Uru-Eu-Wau-Wau. A maior fazenda ilegal em terras indígenas é de um empresário. "O dono mora em Ouro Preto. É difícil ele vir aqui", aponta um funcionário.
"Temos aqui uma relação dos assentados pelo Incra, na década de 1980. Nessa relação percebemos que a ocupação não é pelos assentados do Incra. Após a demarcação, houve um esvaziamento. Servidores públicos, empresários da região foram adquirindo os lotes. Temos aqui agente penitenciário, funcionário do Ibama", diz o responsável pelo setor do meio ambiente da Funai.
São moradores que sabem como funciona o sistema e que encontraram, primeiro na exploração da madeira, depois na pecuária, uma forma de enriquecer.
"A pecuária é a cultura que mais prejudica a floresta, porque faz o corte raso. Ela tem grandes extensões, então ela tira toda a floresta, ela mata os animais, então ela traz uma série de prejuízos à biodiversidade", explica uma representante da ONG Kanindé.
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