De Povos Indígenas no Brasil
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Índios liberam aeronave que estava retida
28/05/2011
Autor: Andrezza Trajano
Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br
Os índios Yanomami liberaram ontem a aeronave utilizada na prestação de assistência à saúde na região que haviam retido desde a quarta-feira passada. Mesmo assim, continuam reivindicando o fim de ingerências políticas no comando do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (DSEI-Y).
A aeronave estava retida na comunidade Haxiú, na região de Surucucu, a noroeste de Roraima. O avião pertence à empresa Roraima Táxi Aéreo, que mantém convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Os indígenas exigem a nomeação de Joana Claudete das Mercês Schuertz na coordenação do DSEI-Y, que há quatro anos ocupa o cargo interinamente.
O distrito informou que houve um acordo com os índios, mas não deu detalhes da negociação. Ontem pela manhã, a empresa área tinha comunicado a suspensão de todos os voos para a terra Yanomami, até que a questão fosse solucionada. À tarde, os indígenas liberaram o avião. A previsão é que hoje todos os voos para a reserva sejam normalizados.
Depois de sair de Haxiú, o monomotor de prefixo PT-IXS seguiu para Xitei, a 15 minutos de distância de voo, e fez a remoção para Boa Vista de um índio Yanomami que se feriu com uma arma de fogo enquanto a manuseava.
De acordo com o DSEI-Y, ele levou um tiro no pescoço e estava em estado grave. O local do acidente é uma região de difícil acesso. Ele foi socorrido pelos próprios índios, que o carregaram durante cinco dias na floresta até chegar à pista de pouso de Xitei.
PROTESTO - Em carta enviada ao ministro da Saúde, Antônio Padilha, e ao titular da Secretaria Especial de Atenção a Saúde Indígena (Sesai), Antônio Alves, o presidente em exercício do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye´kuana, Junior Hekurari Yanomami, pede que a saúde indígena não sofra intervenção política.
"Informamos que qualquer nomeação de cargo que não passe por uma consulta das comunidades Yanomami e Ye'kuana não será aceita, pois não queremos que pessoas indicadas pelos coordenadores passados, que foram acusados de corrupção, continuem coordenando as ações do Distrito Sanitário Yanomami e Ye´kuana. A saúde indígena saiu da Funasa para atender as reivindicações das lideranças indígenas visando melhoria na qualidade e pôr fim à corrupção", diz o documento.
A Hutukara Associação Yanomami também enviou uma carta às autoridades em saúde, com a mesma intenção. Na semana passada, os índios já tinham feito uma manifestação no prédio da Funasa contra rumores de que outra pessoa seria designada para a coordenação do DSEI-Y, por meio de indicação do senador Romero Jucá (PMDB). O parlamentar nega a indicação.
O MPF informou que não possui competência para intervir no caso, uma vez que os cargos em comissão, conforme previsão legal, são de livre nomeação e exoneração do gestor.
Informou ainda que está acompanhando o conflito de perto e que mantém contato constante com as organizações indígenas e a Sesai, para que não haja prejuízo na prestação do serviço de saúde.
http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=109579
A aeronave estava retida na comunidade Haxiú, na região de Surucucu, a noroeste de Roraima. O avião pertence à empresa Roraima Táxi Aéreo, que mantém convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Os indígenas exigem a nomeação de Joana Claudete das Mercês Schuertz na coordenação do DSEI-Y, que há quatro anos ocupa o cargo interinamente.
O distrito informou que houve um acordo com os índios, mas não deu detalhes da negociação. Ontem pela manhã, a empresa área tinha comunicado a suspensão de todos os voos para a terra Yanomami, até que a questão fosse solucionada. À tarde, os indígenas liberaram o avião. A previsão é que hoje todos os voos para a reserva sejam normalizados.
Depois de sair de Haxiú, o monomotor de prefixo PT-IXS seguiu para Xitei, a 15 minutos de distância de voo, e fez a remoção para Boa Vista de um índio Yanomami que se feriu com uma arma de fogo enquanto a manuseava.
De acordo com o DSEI-Y, ele levou um tiro no pescoço e estava em estado grave. O local do acidente é uma região de difícil acesso. Ele foi socorrido pelos próprios índios, que o carregaram durante cinco dias na floresta até chegar à pista de pouso de Xitei.
PROTESTO - Em carta enviada ao ministro da Saúde, Antônio Padilha, e ao titular da Secretaria Especial de Atenção a Saúde Indígena (Sesai), Antônio Alves, o presidente em exercício do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye´kuana, Junior Hekurari Yanomami, pede que a saúde indígena não sofra intervenção política.
"Informamos que qualquer nomeação de cargo que não passe por uma consulta das comunidades Yanomami e Ye'kuana não será aceita, pois não queremos que pessoas indicadas pelos coordenadores passados, que foram acusados de corrupção, continuem coordenando as ações do Distrito Sanitário Yanomami e Ye´kuana. A saúde indígena saiu da Funasa para atender as reivindicações das lideranças indígenas visando melhoria na qualidade e pôr fim à corrupção", diz o documento.
A Hutukara Associação Yanomami também enviou uma carta às autoridades em saúde, com a mesma intenção. Na semana passada, os índios já tinham feito uma manifestação no prédio da Funasa contra rumores de que outra pessoa seria designada para a coordenação do DSEI-Y, por meio de indicação do senador Romero Jucá (PMDB). O parlamentar nega a indicação.
O MPF informou que não possui competência para intervir no caso, uma vez que os cargos em comissão, conforme previsão legal, são de livre nomeação e exoneração do gestor.
Informou ainda que está acompanhando o conflito de perto e que mantém contato constante com as organizações indígenas e a Sesai, para que não haja prejuízo na prestação do serviço de saúde.
http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=109579
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