De Povos Indígenas no Brasil

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Minérios: Cunpir questiona CPI

26/11/2003

Fonte: Estadão do Norte-Porto Velho-RO



As lideranças indígenas rondonienses através da Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas - Cunpir, estão questionando o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito, co-nhecida popularmente como "CPI da Garimpagem". Através de um manifesto eles perguntam quais são os objetivos de fato. Algumas lideranças temem que seja apenas para abrir mais uma frente de pressão sobre os Direitos Indígenas, ou até pior, para agilizar a exploração dos recursos minerais em todo o Estado de Rondônia. A exploração dos recursos naturais das terras indígenas tem retirado madeira, minério, palmito, caça, pesca, desde quando se intensificou o processo de ocupação/colonização, mais intensamente à partir da década de 70, motivada por projetos governamentais, em especial o Projeto Polamazônia, incentivando a vinda de investidores do sul do país, com investimentos subsidiados pelo governo federal.
Dentro da Terra Indígena Uru Eu Wau Wau houve a presença da Mineração Bruma-dinho, no antigo posto de atração do Serviço de Proteção ao Índio. Um dos grupos étnicos, os Massaká, de onde se originaram os Kassupá, Kawá e Aikanã foram desaldeados na década de 40 pela frente chamada de "Urucumacuã", pois acreditava-se que eles estavam morando em cima de um grande tesouro. Os indígenas tiveram que migrar, culminando com alguns morando em centros urbanos como Porto Velho, ficando suas terras tradicionais em mãos de grandes fazendeiros, questão que rola na justiça, pois os direitos dos índios foram esquecidos, conforme os representantes da Cunpir.
A coordenação do movimento, que atualmente é feita pelos líderes Antenor de Assis(Karintiana), José Kuiz (Kassupá) e Antônio Evange-lista Sansão (Puruborá), lembra que a demarcação das terras indígenas obedece critérios constitucionais e não ao mero prazer do órgão indigenista oficial ou a pressão de ONG´s como alguns interessados nessas terras querem caracterizar, inclusive sendo garantido o direito ao contraditório antes de concluir o processo de homologação pelo Presidente da República.
 

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