De Povos Indígenas no Brasil

Notícias

Cala a boca!

27/11/2003

Fonte: Folha de Rondonia-Porto Velho-RO



Primeiro foi o Incra, agora é a Funai. Os órgãos federais em Rondônia não
querem saber de notícias contrárias aos seus interesses. O Incra está
processando um fazendeiro - Getúlio Santore - e os jornalistas que
publicaram matérias depois de entrevistarem o pecuarista. É a operação "cala
a boca", jornalista!

Índios
Mas a Funai também não ficou para trás. Acionou via Justiça Federal o
repórter Sérgio Pires, da Folha de Rondônia, por ter publicado matéria em
que o presidente do Sindicato dos Garimpeiros denunciou que os índios que
mataram cinco garimpeiros na Reserva Roosevelt estavam festejando em Espigão
do Oeste.

Invenção
O jornalista, que apenas publicou as declarações do presidente do Sindicato,
é considerado réu no processo. Os advogados da Funai insinuaram, sutilmente,
na denúncia encaminhada à Justiça, que o repórter poderia ter "inventado" a
matéria.

Intimidação
É essa gente que está no poder e que sempre se disse defensora da liberdade
de imprensa, que agora quer intimidar jornalistas com pressões via
Judiciário. Pode ser que intimide alguém, mas o repórter da Folha já afirmou
que não teme pressões. Vai continuar publicando as notícias sempre que as
considerar de importância. Seja contra ou a favor dos interesses do Incra ou
da Funai.

Constituição
Para os que estão no poder, em todos os níveis, passageiros que são porque
amanhã ou depois estarão fora dele, é importante lembrar que a Constituição
Brasileira garante o amplo direito de liberdade de expressão. Uma imprensa
livre é o caminho certo para a consolidação democrática.



Massacres não foram julgados
Outro ponto polêmico abordado pelo documento, é que os indígenas deixam
claro que condenam qualquer atentado à vida. Entretanto, gostariam que se
julgassem também os massacres cometidos contra os povos indígenas, em
especial contra os Cinta Larga, em 1968, fato conhecido como Massacre do
Paralelo 11 no noroeste do Mato Grosso, cujos mandantes interessados nas
terras dos Cinta Larga até hoje não foram punidos, entre eles políticos e
empresas de colonização de Mato Grosso. Os índios esperam que a Justiça puna
os chefes dos garimpeiros.
 

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