De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Seguranças em 'Bunker' protegem terra onde índios invadem na Bahia
19/04/2012
Autor: Graciliando Rocha e Joel Silva
Fonte: Folha.com - http://www1.folha.uol.com.br/
Uma fazenda na rota de invasão dos índios pataxós hã hã hãe em Pau Brasil, no sul da Bahia, é protegida por homens armados em uma espécie de bunker, no alto de uma colina que oferece visão privilegiada da movimentação.
A existência dos seguranças armados foi constatada pela Folha por volta das 12h de ontem. Um deles estava posicionado atrás de uma espécie de fortificação de tijolos aparentes com três pequenas janelas triangulares por onde encaixava o cano de uma escopeta.
Quando o carro da reportagem chegou à sede da fazenda Santa Rita, a cerca de 18 km da cidade, um homem saiu da fortificação ameaçando atirar nos repórteres.
Ao ouvir os repórteres, que desceram do veículo com as mãos para cima, gritarem que eram jornalistas, o homem armado ordenou que ficassem parados e correu pelos fundos da sede da propriedade carregando a arma.
A reportagem pediu para falar com um responsável pela área ou com algum dos seguranças. Um homem que embarcava porcos em uma caminhonete entregou um recado dos homens armados: "Eles disseram que vão atirar nos quatro pneus do carro se filmarem ou fotografarem alguma coisa".
Durante os cerca de 25 minutos que permaneceu na fazenda, a reportagem foi observada por ao menos três homens escondidos no mato e em um curral.
A temperatura do conflito fundiário na região de Pau Brasil subiu após os pataxós iniciarem uma série de invasões em fevereiro deste ano.
Pelo menos 67 áreas foram tomadas até ontem, segundo os fazendeiros. Para intimidar ruralistas e empregados, os índios soltam rojões quando invadem as propriedades.
A onda de invasões foi deflagrada para pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) a julgar ação de 1982 sobre a criação de uma reserva indígena na região.
Os pataxós querem 54 mil hectares --área equivalente a um terço da cidade de São Paulo-- onde hoje estão 396 fazendas com títulos dados pelo governo do Estado.
OUTRO LADO
A fazenda Santa Rita pertence ao ex-prefeito de Pau Brasil Durval Santana (DEM).
Procurado, ele negou a contratação de seguranças e a existência de homens armados na Santa Rita e na Água Branca, suas duas propriedades ainda não invadidas.
Sua filha Sonyr Santana, que acompanhou a entrevista, disse que a família não sabe quem são os homens armados porque está "sendo impedida de chegar até as nossas fazendas".
Outras três fazendas do ex-prefeito foram tomadas e ontem ele foi informado sobre a invasão de uma quarta.
"Temos 4.000 cabeças de gado que estão tomadas pelos índios. Estamos perdendo 500 litros de leite por dia. Só queremos saber quem é que vai pagar esse prejuízo", disse o ex-prefeito.
A Polícia Federal, que está na região, afirma não ter encontrado armas com índios e fazendeiros nos últimos dias.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1078230-segurancas-em-bunker-protegem-terra-onde-indios-invadem-na-bahia.shtml
A existência dos seguranças armados foi constatada pela Folha por volta das 12h de ontem. Um deles estava posicionado atrás de uma espécie de fortificação de tijolos aparentes com três pequenas janelas triangulares por onde encaixava o cano de uma escopeta.
Quando o carro da reportagem chegou à sede da fazenda Santa Rita, a cerca de 18 km da cidade, um homem saiu da fortificação ameaçando atirar nos repórteres.
Ao ouvir os repórteres, que desceram do veículo com as mãos para cima, gritarem que eram jornalistas, o homem armado ordenou que ficassem parados e correu pelos fundos da sede da propriedade carregando a arma.
A reportagem pediu para falar com um responsável pela área ou com algum dos seguranças. Um homem que embarcava porcos em uma caminhonete entregou um recado dos homens armados: "Eles disseram que vão atirar nos quatro pneus do carro se filmarem ou fotografarem alguma coisa".
Durante os cerca de 25 minutos que permaneceu na fazenda, a reportagem foi observada por ao menos três homens escondidos no mato e em um curral.
A temperatura do conflito fundiário na região de Pau Brasil subiu após os pataxós iniciarem uma série de invasões em fevereiro deste ano.
Pelo menos 67 áreas foram tomadas até ontem, segundo os fazendeiros. Para intimidar ruralistas e empregados, os índios soltam rojões quando invadem as propriedades.
A onda de invasões foi deflagrada para pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) a julgar ação de 1982 sobre a criação de uma reserva indígena na região.
Os pataxós querem 54 mil hectares --área equivalente a um terço da cidade de São Paulo-- onde hoje estão 396 fazendas com títulos dados pelo governo do Estado.
OUTRO LADO
A fazenda Santa Rita pertence ao ex-prefeito de Pau Brasil Durval Santana (DEM).
Procurado, ele negou a contratação de seguranças e a existência de homens armados na Santa Rita e na Água Branca, suas duas propriedades ainda não invadidas.
Sua filha Sonyr Santana, que acompanhou a entrevista, disse que a família não sabe quem são os homens armados porque está "sendo impedida de chegar até as nossas fazendas".
Outras três fazendas do ex-prefeito foram tomadas e ontem ele foi informado sobre a invasão de uma quarta.
"Temos 4.000 cabeças de gado que estão tomadas pelos índios. Estamos perdendo 500 litros de leite por dia. Só queremos saber quem é que vai pagar esse prejuízo", disse o ex-prefeito.
A Polícia Federal, que está na região, afirma não ter encontrado armas com índios e fazendeiros nos últimos dias.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1078230-segurancas-em-bunker-protegem-terra-onde-indios-invadem-na-bahia.shtml
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