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Funai começa a demarcar área dos índios Maxakali

29/09/2005

Autor: Ana Lúcia Gonçalves

Fonte: Hoje em Dia-Belo Horizonte-MG



Um antropólogo designado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília, vai fazer o levantamento da área que está sendo disputada por índios Maxakali e fazendeiros desde agosto último, nesta cidade do Vale do Jequitinhonha. O especialista chega amanhã à região, seguindo sábado para a aldeia, a 669 quilômetros de Belo Horizonte. Depois de concluir o levantamento, o antropólogo seguirá para Araçuaí, onde vai estudar a recém-descoberta etnia Aranã.
Segundo o administrador Regional da Funai em Governador Valadares, Waldemar Krenak, o trabalho do antropólogo será amplo, extrapolando as fazendas que os Maxakali pleiteiam como suas desde 13 de agosto, quando invadiram a Fazenda Monte das Oliveiras, que dá acesso a outras dez propriedades. Após o levantamento, um relatório será encaminhado à administração nacional da Funai, para tomada de providências. Não há data prevista para a conclusão dos trabalhos, que poderão durar meses. 'Comprovada a posse das terras por parte dos índios, inicia-se um novo processo, que inclui a participação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para assentamento dos fazendeiros', disse o administrador.
O conflito começou em 18 de agosto, com a disputa de uma área de 3.500 hectares, dividida entre 11 propriedades. Levantamentos posteriores apontaram que, na verdade, estão na disputa 32 fazendeiros e 28 arrendatários. Dois acordos foram feitos desde então, na tentativa de colocar fim à guerra armada. Um em 30 de agosto, e outro em 9 de setembro, com intervenção da Funai, Polícia Federal, Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, Secretaria Especial dos Direitos Humanos do Governo Federal, Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), juízes, promotores, prefeitos e vereadores.
Nos dois acordos, ficou assegurada a realização de um estudo antropológico para a revisão dos limites do território Maxakali. Os índios continuam acampados em 2 mil dos hectares retomados, onde prometem ficar até a conclusão do estudo.

Aranãs

Reconhecidos recentemente como uma etnia, os Aranãs não têm aldeia, de acordo com o administrador Regional da Funai em Valadares. Segundo Waldemar Krenak, alguns dos indígenas moram em Araçuaí, e outros, na zona rural. 'Sabemos da existência de dez a 15 famílias naquela região, e de outras tantas espalhadas pelo Estado. Estamos aguardando o resultado do estudo antropológico para conhecer aquele povo', disse o administrador. Apesar da proximidade, não há informações sobre um possível parentesco entre os Aranãs e os Maxakali, e quais seriam as características dos primeiros.
E a situação atual do índio no Brasil é tema do fórum de debates Povos Indígenas Brasileiros, realizado hoje e amanhã, em Ipatinga, no Vale do Aço.
 

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