De Povos Indígenas no Brasil
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Kaapó - Pesquisa tenta resgatar idioma
10/11/2005
Fonte: Diário do Pará- Belém-PA
Quatro pesquisadores da Universidade do Estado do Pará (Uepa) tentam resgatar a língua original de uma aldeia kaapó, em Paragominas, divisa com o Maranhão. O projeto "Revitalização da Língua e História dos Povos Indígenas" já foi responsável pela produção de uma cartilha com os mitos da tribo, e se prepara agora para um plano mais ambicioso, o de elaborar um material didático baseado na própria história dos índios kaapó.
Os pesquisadores são as lingüistas Tabita Fernandes e Raimunda Benedita Cristina; o professor do curso de Ciências da Religião Antonio Jorge Paraense e a bolsista Aline Duarte da Silva. O projeto existe há três anos, com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Uepa. Este ano foi aprovado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
"Alguns povos estão com a possibilidade de terem suas línguas extintas. A partir do pedido dos índios mais velhos da aldeia, buscamos fazer uma transcrição da língua para que ela não se perca", diz Paraense.
Alguns resultados desses três anos de pesquisa serão apresentados durante o II Congresso Regional de Ciências da Religião da Uepa, cujo tema é "Pluralismos Religiosos e Religiosidade da Amazônia". O encontro será realizado entre os dias 22 e 25 de novembro. O trabalho com os índios kaapó vai-se inserir no evento porque a religião é um dos temas abordados pelos pesquisadores no processo de revitalização da língua.
Contato
A aldeia abordada pelos pesquisadores é a Itarená, dos kaapó. Lá residem 20 famílias, praticamente integradas às localidades do município. A gradativa perda da língua é conseqüência desse contato, já que nas escolas os livros utilizados são todos na língua portuguesa.
"Estamos produzindo material didático na língua original desses índios. É uma forma de resgatar a língua deles", diz Paraense, que planeja uma próxima ida à aldeia no início de dezembro.
Interesse da comunidade indígena é fundamental
De fato, diversas pesquisas já comprovaram que a escola pode ser mais um elemento que incentiva e favorece a manutenção ou revitalização de línguas indígenas, já que a inclusão de uma língua indígena no currículo escolar tem a função de lhe atribuir o status de língua plena e de colocá-la, pelo menos no cenário escolar, em pé de igualdade com a língua portuguesa, um direito previsto pela Constituição Brasileira.
Mas o primeiro passo para que isso aconteça é o interesse da comunidade indígena em manter sua língua tradicional em uso. A escola, assim, é um instrumento importante, mas limitado: ela pode apenas contribuir para que essas línguas sobrevivam ou não desapareçam.
O Brasil é o país com a maior densidade lingüística e também uma das mais baixas concentrações de população por língua. São cerca de 180 línguas, das quais a grande maioria se concentra na região amazônica, para uma população hoje estimada em 350 mil pessoas e 215 etnias. Essas línguas se distribuem em 41 famílias, dois troncos e cerca uma dezena de línguas isoladas. A média é de menos de 200 falantes por língua.
Algumas pesquisas indicam que no século XXI metade das das seis mil línguas existentes no mundo devem desaparecer. Apenas 600, ou seja, 10%, se encontram seguras.
Os pesquisadores são as lingüistas Tabita Fernandes e Raimunda Benedita Cristina; o professor do curso de Ciências da Religião Antonio Jorge Paraense e a bolsista Aline Duarte da Silva. O projeto existe há três anos, com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Uepa. Este ano foi aprovado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
"Alguns povos estão com a possibilidade de terem suas línguas extintas. A partir do pedido dos índios mais velhos da aldeia, buscamos fazer uma transcrição da língua para que ela não se perca", diz Paraense.
Alguns resultados desses três anos de pesquisa serão apresentados durante o II Congresso Regional de Ciências da Religião da Uepa, cujo tema é "Pluralismos Religiosos e Religiosidade da Amazônia". O encontro será realizado entre os dias 22 e 25 de novembro. O trabalho com os índios kaapó vai-se inserir no evento porque a religião é um dos temas abordados pelos pesquisadores no processo de revitalização da língua.
Contato
A aldeia abordada pelos pesquisadores é a Itarená, dos kaapó. Lá residem 20 famílias, praticamente integradas às localidades do município. A gradativa perda da língua é conseqüência desse contato, já que nas escolas os livros utilizados são todos na língua portuguesa.
"Estamos produzindo material didático na língua original desses índios. É uma forma de resgatar a língua deles", diz Paraense, que planeja uma próxima ida à aldeia no início de dezembro.
Interesse da comunidade indígena é fundamental
De fato, diversas pesquisas já comprovaram que a escola pode ser mais um elemento que incentiva e favorece a manutenção ou revitalização de línguas indígenas, já que a inclusão de uma língua indígena no currículo escolar tem a função de lhe atribuir o status de língua plena e de colocá-la, pelo menos no cenário escolar, em pé de igualdade com a língua portuguesa, um direito previsto pela Constituição Brasileira.
Mas o primeiro passo para que isso aconteça é o interesse da comunidade indígena em manter sua língua tradicional em uso. A escola, assim, é um instrumento importante, mas limitado: ela pode apenas contribuir para que essas línguas sobrevivam ou não desapareçam.
O Brasil é o país com a maior densidade lingüística e também uma das mais baixas concentrações de população por língua. São cerca de 180 línguas, das quais a grande maioria se concentra na região amazônica, para uma população hoje estimada em 350 mil pessoas e 215 etnias. Essas línguas se distribuem em 41 famílias, dois troncos e cerca uma dezena de línguas isoladas. A média é de menos de 200 falantes por língua.
Algumas pesquisas indicam que no século XXI metade das das seis mil línguas existentes no mundo devem desaparecer. Apenas 600, ou seja, 10%, se encontram seguras.
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