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Apib pede que novas ações na Terra Yanomami expulsem garimpeiros ligados ao crime organizado

27/01/2024

Fonte: G1 RR - https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2024/01/27



Apib pede que novas ações na Terra Yanomami expulsem garimpeiros ligados ao crime organizado
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) enviou documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que pede a criação de eixo específico de combate às organizações criminosas no território. Segundo denúncia, facções levam violência e pavor às aldeias.

Por Caíque Rodrigues, g1 RR - Boa Vista
27/01/2024 0

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) pediu, em documento enviado para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que a expulsão das organizações criminosas presentes na Terra Yanomami seja incluída entre os novos planos de desintrusão do território indígena.

O documento, assinado pelo advogado Mauricio Terena, coordenador jurídico da Apib, pede que o Supremo determine à União que crie um "eixo específico de combate às organizações criminosas". O pedido, feito na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, foi enviado na última terça-feira (23).

O g1 procurou o STF e o Palácio do Planalto, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.

Entre os pedidos enviados para Barroso, estão que o Supremo determine à União que apresente detalhes sobre a Casa de Governo, em Boa Vista, para acompanhar a execução de ações e políticas públicas na Terra Yanomami além de pedir mais informações sobre as ações interministeriais no território.

"[...] segundo relatos de indígenas, os garimpeiros que resistem no território são vinculados a organizações criminosas, que enxergam a atividade ilegal como um meio de lavar o dinheiro proveniente de outras práticas criminosas. Isso torna a atuação dos invasores ainda mais violenta contra os indígenas, criando cenários de pavor e fuga de comunidades inteiras por medo de serem agredidas ou até mesmo assassinadas em seu território ancestral", consta no documento.

A associação também destaca que, com as medidas de desintrusão dos garimpeiros, os invasores mudaram a maneira de atuar no território.

"O modo de operar garimpeiro se alterou frente às operações empreendidas pelo governo federal, que, apesar de inconstantes, infligiram dano a estruturas utilizadas pelos criminosos. Atualmente, os garimpos estão em regiões de mata fechada, longe dos rios. O solo é explorado durante a noite, quando a visibilidade é menor e há menos chance de repressão estatal".

No dia 10 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma comitiva de governo à região de Auaris, no extremo noroeste de Roraima, na fronteira com a Venezuela, para realizar uma visita técnica.

Composto pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, e do Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, o grupo analisou as condições atuais da região, uma das mais afetadas pelo garimpo ilegal.

Um ano de emergência na Terra Yanomami

Em janeiro de 2023, o governo Lula, recém-empossado, expôs a situação no território, decretou emergência de saúde pública e deflagrou uma série de operações para garantir assistência aos indígenas e conter o garimpo ilegal.

O raio x da Terra Yanomami 1 ano após governo Lula decretar emergência

Segundo o governo, em 2023 foi criado um centro de operações de emergências em saúde pública na região. Foram realizados mais 13 mil atendimentos de saúde e enviados 4,3 milhões de unidades de medicamentos e insumos.

Desde 2021 - no ápice da pandemia - o território vive uma escalada de violência, com registros de ataques armados a comunidades, como na aldeia Palimiú, e troca de tiros entre garimpeiros e agentes federais, inclusive da própria Polícia Federal.


https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2024/01/27/apib-pede-que-novas-acoes-na-terra-yanomami-expulsem-garimpeiros-ligados-ao-crime-organizado.ghtml?mc_cid=40bc621e81&mc_eid=ff465b9c04
 

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