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Indígena é estuprada e assassinada no AM; polícia investiga
06/01/2025
Autor: Jadson Lima
Fonte: AGÊNCIA CENARIUM - https://agenciacenarium.com.br
Uma mulher indígena da etnia Baré, identificada como Rosimar Santos de Oliveira, de 48 anos, foi estuprada e assassinada na última sexta-feira, 3, no município de Barcelos (AM), distante 399 quilômetros de Manaus. De acordo com informações repassadas à CENARIUM por familiares da vítima, os suspeitos de cometer os crimes gravaram o ato criminoso e o conteúdo circula em conversas de aplicativos de mensagens.
Integrante da Associação Indígena de Barcelos (Abisa), Rosimar foi encontrada morta em um terreno localizado na rua vereador José Basílio, nas proximidades do Hospital Geral de Barcelos, na região central daquele município. O corpo da vítima apresentava sinais de estupro e violência, conforme os familiares da mulher.
À CENARIUM, a sobrinha da mulher, Leidiane Mardelo dos Santos, manifestou indignação sobre o caso, pediu à polícia celeridade para a elucidação do crime e fez um apelo às autoridades nacionais, como a ministra do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Sonia Guajajara, e a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, para que os órgãos ajudem na busca por justiça.
"Como sobrinha, eu venho pedir ajuda das autoridades para que a Justiça seja feita pela minha tia. Ela era cadastrada na Asiba, era Baré e pagava pelos seus direitos. E que direito hoje temos? Então, venho pedir a vocês, autoridades nacionais, à ministra dos Povos Indígenas [Sonia Guajajara] e à presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas [Joenia Wapichana], nos ajude. Eu faço um apelo: peço a cada um de vocês que nos ajude", afirmou.
A reportagem entrou em contato com a ministra Sonia Guajajara e com a presidente da Funai para solicitar manifestação das autoridades sobre o caso, e aguarda retorno. O MPI e a Funai também foram procurados para posicionamento em relação ao crime ocorrido em Barcelos. Até o momento não houve resposta.
Investigação e mobilização
As investigações sobre o caso estão sendo conduzidas por equipes da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) que atuam no município. Em nota enviada à CENARIUM, a instituição informou que um inquérito policial foi instaurado para "apurar os crimes de estupro e homicídio contra uma indígena". Segundo a PC-AM, pessoas já foram ouvidas e diligências estão em andamento para localizar os suspeitos de praticar os crimes. O caso segue sob sigilo.
Além das forças de segurança local, a Força Nacional foi mobilizada para o município no último sábado, 4. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a mobilização dos agentes, que estão no município a pedido da Casa de Governo de Roraima, foi necessária para garantir a "pacificação e preservação da ordem pública diante da situação de tensão envolvendo as etnias Yanomami e Baré".
"O efetivo da FNSP chegou à região no mesmo dia para reforçar a segurança e garantir a proteção das comunidades e do patrimônio público. Por questões estratégicas e visando preservar a integridade dos agentes e da população, o número de efetivos mobilizados não será divulgado", diz trecho da nota enviada à reportagem.
O órgão também informou que a Força Nacional atua em cooperação com a Funai, as lideranças indígenas, a PC-AM, a Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), a Guarda Municipal e o Exército Brasileiro, além de manter contato com outras instituições, como o MPI. "Reuniões de articulação foram realizadas para alinhar esforços na investigação do crime e promover o diálogo e a estabilização da situação local, que atualmente é considerada controlada", concluiu o MJSP.
'Mulher trabalhadora'
Leidiane Mardelo dos Santos, sobrinha da vítima, afirmou que Rosimar era uma mulher que lutava para garantir o sustento da família. Mãe de oito filhos, sendo sete menores de idade, a agricultora não tinha emprego formal e era beneficiária do Programa Bolsa Família. Para contribuir com a renda da família, Rosimar plantava macaxeira, fabricava carvão e produzia farinha.
"Ela era uma mulher trabalhadora, procurava de todos os jeitos e de todos os lados para sustentar os filhos dela. Ela não tinha emprego [formal]. Ela trabalhava na roça, recolhendo a macaxeira, fazendo a sua farinha para dar de comer aos seus oito filhos. A profissão dela era agricultora mesmo", disse a familiar.
Manifestação
Com a repercussão do caso, familiares de Rosimar convocaram uma manifestação para pedir justiça pelo assassinato da indígena. O protesto, realizado nesse domingo, 5, reuniu várias pessoas e iniciou-se na sede da Associação de Indígenas de Barcelos (Asiba). Os manifestantes seguravam cartazes com frases como "Queremos Justiça em favor de Rosimar".
Após percorrer as ruas da cidade, o ato contou com parada na frente do edifício do Fórum de Justiça Antônio de Lucena Bitencourt. A manifestação foi encerrada na sede da 75ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) do município. Veja registro do ato enviado à CENARIUM:
https://agenciacenarium.com.br/indigena-e-estuprada-e-assassinada-no-am-policia-investiga/
Integrante da Associação Indígena de Barcelos (Abisa), Rosimar foi encontrada morta em um terreno localizado na rua vereador José Basílio, nas proximidades do Hospital Geral de Barcelos, na região central daquele município. O corpo da vítima apresentava sinais de estupro e violência, conforme os familiares da mulher.
À CENARIUM, a sobrinha da mulher, Leidiane Mardelo dos Santos, manifestou indignação sobre o caso, pediu à polícia celeridade para a elucidação do crime e fez um apelo às autoridades nacionais, como a ministra do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Sonia Guajajara, e a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, para que os órgãos ajudem na busca por justiça.
"Como sobrinha, eu venho pedir ajuda das autoridades para que a Justiça seja feita pela minha tia. Ela era cadastrada na Asiba, era Baré e pagava pelos seus direitos. E que direito hoje temos? Então, venho pedir a vocês, autoridades nacionais, à ministra dos Povos Indígenas [Sonia Guajajara] e à presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas [Joenia Wapichana], nos ajude. Eu faço um apelo: peço a cada um de vocês que nos ajude", afirmou.
A reportagem entrou em contato com a ministra Sonia Guajajara e com a presidente da Funai para solicitar manifestação das autoridades sobre o caso, e aguarda retorno. O MPI e a Funai também foram procurados para posicionamento em relação ao crime ocorrido em Barcelos. Até o momento não houve resposta.
Investigação e mobilização
As investigações sobre o caso estão sendo conduzidas por equipes da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) que atuam no município. Em nota enviada à CENARIUM, a instituição informou que um inquérito policial foi instaurado para "apurar os crimes de estupro e homicídio contra uma indígena". Segundo a PC-AM, pessoas já foram ouvidas e diligências estão em andamento para localizar os suspeitos de praticar os crimes. O caso segue sob sigilo.
Além das forças de segurança local, a Força Nacional foi mobilizada para o município no último sábado, 4. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a mobilização dos agentes, que estão no município a pedido da Casa de Governo de Roraima, foi necessária para garantir a "pacificação e preservação da ordem pública diante da situação de tensão envolvendo as etnias Yanomami e Baré".
"O efetivo da FNSP chegou à região no mesmo dia para reforçar a segurança e garantir a proteção das comunidades e do patrimônio público. Por questões estratégicas e visando preservar a integridade dos agentes e da população, o número de efetivos mobilizados não será divulgado", diz trecho da nota enviada à reportagem.
O órgão também informou que a Força Nacional atua em cooperação com a Funai, as lideranças indígenas, a PC-AM, a Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), a Guarda Municipal e o Exército Brasileiro, além de manter contato com outras instituições, como o MPI. "Reuniões de articulação foram realizadas para alinhar esforços na investigação do crime e promover o diálogo e a estabilização da situação local, que atualmente é considerada controlada", concluiu o MJSP.
'Mulher trabalhadora'
Leidiane Mardelo dos Santos, sobrinha da vítima, afirmou que Rosimar era uma mulher que lutava para garantir o sustento da família. Mãe de oito filhos, sendo sete menores de idade, a agricultora não tinha emprego formal e era beneficiária do Programa Bolsa Família. Para contribuir com a renda da família, Rosimar plantava macaxeira, fabricava carvão e produzia farinha.
"Ela era uma mulher trabalhadora, procurava de todos os jeitos e de todos os lados para sustentar os filhos dela. Ela não tinha emprego [formal]. Ela trabalhava na roça, recolhendo a macaxeira, fazendo a sua farinha para dar de comer aos seus oito filhos. A profissão dela era agricultora mesmo", disse a familiar.
Manifestação
Com a repercussão do caso, familiares de Rosimar convocaram uma manifestação para pedir justiça pelo assassinato da indígena. O protesto, realizado nesse domingo, 5, reuniu várias pessoas e iniciou-se na sede da Associação de Indígenas de Barcelos (Asiba). Os manifestantes seguravam cartazes com frases como "Queremos Justiça em favor de Rosimar".
Após percorrer as ruas da cidade, o ato contou com parada na frente do edifício do Fórum de Justiça Antônio de Lucena Bitencourt. A manifestação foi encerrada na sede da 75ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) do município. Veja registro do ato enviado à CENARIUM:
https://agenciacenarium.com.br/indigena-e-estuprada-e-assassinada-no-am-policia-investiga/
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