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Indígenas de 10 etnias pedem troca de coordenador do Dsei
28/01/2025
Autor: Aline Costa
Fonte: Folhamax - folhamax.com
Indígenas de 10 etnias se reuniram na tarde desta terça-feira (28), em Cuiabá, para denunciar a precariedade no serviço de saúde e solicitar a troca do coordenador Distrito Sanitário Especial Indígena de Cuiabá (Dsei) da região. A manifestação que ocorreu no parque Massairo Okamura pediu também que o novo diretor seja da comunidade e indicado por ela.
A reunião abriu espaço para que as lideranças de cada povo apresentassem suas demandas relacionadas à saúde para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). A secretária Adjunta de Saúde Indígena, Maria Lucilene Martins Santos, participou do encontro por meio de videochamada realizada em Brasília (DF).
No total, 12 pessoas foram chamadas para apresentar os desafios da saúde indígena na região atendida pelo Dsei de Cuiabá.
A falta de transportes e atendimentos adequados nas comunidades foram as principais queixas apontadas. Gilmar Koloizomae, representante do povo Paresi, contou ao GD que em alguns lugares as pessoas passaram por períodos de até 60 dias sem ambulâncias disponíveis. Ele explicou, ainda, que um levantamento organizado pela liderança indígena apontou que o maior problema está na organização dos repasses recebidos.
"Nossa situação da saúde vem passando por momentos complicados. No início da gestão atual, já ficamos até 60 dias sem veículo. Por isso, hoje, a gente juntou as lideranças para pedir a troca de coordenador. Já fizemos um levantamento, uma avaliação de tudo e vimos que o maior problema é a falta de gestão. Os recursos vêm, só que o coordenador não consegue fazer os trabalhos acontecerem nas nossas comunidades", apresentou ele.
Eliane Xunakalu é presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso, responsável por representar os 46 povos indígenas do estado em várias frentes. Ela também destacou o problema de falta de atendimento e medicamentos adequados.
"O cenário não é bom. Faltam veículos, medicamentos, não temos profissionais em número adequado. E sempre, quando tem um caso de alta complexidade, a gente não tem atendimento adequado. Às vezes, a gente fica nos hospitais sem intérprete. É uma situação complicada", explicou.
Os povos, independente de denominação de etnia, se reuniram como um só pedindo a melhoria para todos. O Brasil, conta com 34 Dsei, sendo que 6 deles estão em Mato Grosso.
O Dsei de Cuiabá atende a população de 6.866 pessoas em 23 terras indígenas. Ele possui 10 Polos Base, nas cidades de Cuiabá, Rondonópolis, Tangará da Serra e Brasnorte. Além disso, conta com 38 Unidades Básicas de Saúde Indígena - UBSI.
O pedido pela troca de coordenação afeta apenas esse distrito em Mato Grosso, que atualmente está sob a gestão do coordenador Aldi Gomes. Além da troca de coordenação, os manifestantes solicitam que o cargo seja ocupado por alguém do próprio povo e indicado por ele.
"A gente está indicando que o coordenador seja um indígena. Já temos indígenas formados nas áreas de gestão e administração que podem ocupar esses cargos que são da gente também. Nós temos essa responsabilidade de assumir esses cargos que cuidam não só da nossa saúde como também de vários outros", finalizou Gilmar Koloizomae.
https://www.folhamax.com/cidades/indigenas-de-10-etnias-pedem-troca-de-coordenador-do-dsei/474508
A reunião abriu espaço para que as lideranças de cada povo apresentassem suas demandas relacionadas à saúde para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). A secretária Adjunta de Saúde Indígena, Maria Lucilene Martins Santos, participou do encontro por meio de videochamada realizada em Brasília (DF).
No total, 12 pessoas foram chamadas para apresentar os desafios da saúde indígena na região atendida pelo Dsei de Cuiabá.
A falta de transportes e atendimentos adequados nas comunidades foram as principais queixas apontadas. Gilmar Koloizomae, representante do povo Paresi, contou ao GD que em alguns lugares as pessoas passaram por períodos de até 60 dias sem ambulâncias disponíveis. Ele explicou, ainda, que um levantamento organizado pela liderança indígena apontou que o maior problema está na organização dos repasses recebidos.
"Nossa situação da saúde vem passando por momentos complicados. No início da gestão atual, já ficamos até 60 dias sem veículo. Por isso, hoje, a gente juntou as lideranças para pedir a troca de coordenador. Já fizemos um levantamento, uma avaliação de tudo e vimos que o maior problema é a falta de gestão. Os recursos vêm, só que o coordenador não consegue fazer os trabalhos acontecerem nas nossas comunidades", apresentou ele.
Eliane Xunakalu é presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso, responsável por representar os 46 povos indígenas do estado em várias frentes. Ela também destacou o problema de falta de atendimento e medicamentos adequados.
"O cenário não é bom. Faltam veículos, medicamentos, não temos profissionais em número adequado. E sempre, quando tem um caso de alta complexidade, a gente não tem atendimento adequado. Às vezes, a gente fica nos hospitais sem intérprete. É uma situação complicada", explicou.
Os povos, independente de denominação de etnia, se reuniram como um só pedindo a melhoria para todos. O Brasil, conta com 34 Dsei, sendo que 6 deles estão em Mato Grosso.
O Dsei de Cuiabá atende a população de 6.866 pessoas em 23 terras indígenas. Ele possui 10 Polos Base, nas cidades de Cuiabá, Rondonópolis, Tangará da Serra e Brasnorte. Além disso, conta com 38 Unidades Básicas de Saúde Indígena - UBSI.
O pedido pela troca de coordenação afeta apenas esse distrito em Mato Grosso, que atualmente está sob a gestão do coordenador Aldi Gomes. Além da troca de coordenação, os manifestantes solicitam que o cargo seja ocupado por alguém do próprio povo e indicado por ele.
"A gente está indicando que o coordenador seja um indígena. Já temos indígenas formados nas áreas de gestão e administração que podem ocupar esses cargos que são da gente também. Nós temos essa responsabilidade de assumir esses cargos que cuidam não só da nossa saúde como também de vários outros", finalizou Gilmar Koloizomae.
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