De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Preso bando que extraía diamante de reserva de RO
14/11/2003
Fonte: OESP, Geral, p.A14
Preso bando que extraía diamante de reserva de RO
Dois empresários agente da PF e advogado exploravam atividade em área indígena
MARCOS DE MOURA E SOUZA
Depois de quase dois anos de investigações, a Polícia Federal em Rondônia prendeu ontem uma quadrilha que explorava ilegalmente diamantes na reserva indígena Roosevelt, da etnia conhecida como cinta larga. Quatro pessoas foram detidas: dois empresários, um advogado e um agente da PF. Na -asa de um dos empresários, Renato Marini, a policia encontrou 200 gramas de diamantes o equivalente a quase mil quilates), uma balança de precisão e um revólver calibre 38. Ao todo, sete pessoas foram indiciadas e nove mandados de 5 busca e apreensão, expedidos.
Segundo o delegado da PF em Rondônia e superintendente regional em exercício, Antonio Patrioçá de Chaves, as primeiras informações sobre a explorarão ilegal na região da reserva começaram a surgir em 1991. Desde então, já foram apreendidas mais de 4 mil pedras de diamante. "Algumas dessas pedras valiam de R$ 20 mil e R$ 30 mil", disse o delegado. "Esse grupo vinha atuando há muito tempo. E uma quadrilha de grandes empresários ligados ao garimpo, ao setor madeireiro, ao comércio e à pecuária. Pagavam propina aos índios, cooptavam e corrompiam funcionários."
Há indícios de que a maior parte das pedras seja vendida por intermediários no exterior e também em São Paulo. Na região da reserva dos cinta-larga há uma grande jazida de diamantes, o que tem provocado a cobiça de empresários e conflitos periódicos entre garimpeiros e índios. "Segundo os técnicos, os diamantes da região estão entre os melhores do mundo", afirmou Chaves. A reserva se estende pelos municípios de Espigão do Oeste, Pimenta Buena (ambos em Rondônia) e Juína (Mato Grosso).
Prevaricação - A chamada Operação Lince envolveu 46 policiais, além de promotores públicos e da Justiça Federal, e teve apoio da PF de Brasília. A Assessoria de Imprensa da PF informou que o policial José Cadete da Silva foi preso às 6h30 na delegacia do município de Vilhena, onde estava lotado. Os agentes fizeram buscas em sua casa, localizada numa área abastada localizada nos arredores da cidade.
"O policial é acusado de repassar informações sobre as ações da PF na região, em troca de propina. Será indiciado por corrupção passiva, prevaricação e formação de quadrilha", informou a assessoria, em nota.
O empresário Marini já havia sido preso no ano passado por extração ilegal de diamantes e respondia ao processo em liberdade. O grupo está na Superintendência Regional da PF em Rondônia, em Porto Velho, onde os acusados devem cumprir a prisão temporária. A PF dará prosseguimento à operação nos próximos dias.
OESP, 14/11/2003, p. A14
Dois empresários agente da PF e advogado exploravam atividade em área indígena
MARCOS DE MOURA E SOUZA
Depois de quase dois anos de investigações, a Polícia Federal em Rondônia prendeu ontem uma quadrilha que explorava ilegalmente diamantes na reserva indígena Roosevelt, da etnia conhecida como cinta larga. Quatro pessoas foram detidas: dois empresários, um advogado e um agente da PF. Na -asa de um dos empresários, Renato Marini, a policia encontrou 200 gramas de diamantes o equivalente a quase mil quilates), uma balança de precisão e um revólver calibre 38. Ao todo, sete pessoas foram indiciadas e nove mandados de 5 busca e apreensão, expedidos.
Segundo o delegado da PF em Rondônia e superintendente regional em exercício, Antonio Patrioçá de Chaves, as primeiras informações sobre a explorarão ilegal na região da reserva começaram a surgir em 1991. Desde então, já foram apreendidas mais de 4 mil pedras de diamante. "Algumas dessas pedras valiam de R$ 20 mil e R$ 30 mil", disse o delegado. "Esse grupo vinha atuando há muito tempo. E uma quadrilha de grandes empresários ligados ao garimpo, ao setor madeireiro, ao comércio e à pecuária. Pagavam propina aos índios, cooptavam e corrompiam funcionários."
Há indícios de que a maior parte das pedras seja vendida por intermediários no exterior e também em São Paulo. Na região da reserva dos cinta-larga há uma grande jazida de diamantes, o que tem provocado a cobiça de empresários e conflitos periódicos entre garimpeiros e índios. "Segundo os técnicos, os diamantes da região estão entre os melhores do mundo", afirmou Chaves. A reserva se estende pelos municípios de Espigão do Oeste, Pimenta Buena (ambos em Rondônia) e Juína (Mato Grosso).
Prevaricação - A chamada Operação Lince envolveu 46 policiais, além de promotores públicos e da Justiça Federal, e teve apoio da PF de Brasília. A Assessoria de Imprensa da PF informou que o policial José Cadete da Silva foi preso às 6h30 na delegacia do município de Vilhena, onde estava lotado. Os agentes fizeram buscas em sua casa, localizada numa área abastada localizada nos arredores da cidade.
"O policial é acusado de repassar informações sobre as ações da PF na região, em troca de propina. Será indiciado por corrupção passiva, prevaricação e formação de quadrilha", informou a assessoria, em nota.
O empresário Marini já havia sido preso no ano passado por extração ilegal de diamantes e respondia ao processo em liberdade. O grupo está na Superintendência Regional da PF em Rondônia, em Porto Velho, onde os acusados devem cumprir a prisão temporária. A PF dará prosseguimento à operação nos próximos dias.
OESP, 14/11/2003, p. A14
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