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RAPOSA SERRA DO SOL - ALE pede que governo resolva indenizações antes de retirada

28/07/2007

Autor: Carvílio Pires

Fonte: Folha de Boa Vista



O presidente da Assembléia Legislativa do Estado (ALE), deputado Mecias de Jesus (PR), está enviando ofícios para órgãos federais. Ele pede que nenhuma ação seja executada na área indígena Raposa Serra do Sol, com o objetivo de intimidar, ameaçar, expulsar, enfim, retirar à força os não-índios remanescentes daquela região.

Os ofícios foram encaminhados para a Presidência da República, Ministério da Justiça, Ministério da Defesa, direção da Polícia Federal, Incra, Ibama, Funai e aos tribunais superiores (Superior Tribunal de Justiça-STJ e Supremo Tribunal Federal-STF).

Ao mesmo tempo o deputado pede agilidade no pagamento de indenizações justas e reassentamento de famílias não-índias que estão na terra indígena por descaso do Governo Federal. Destaca que após pagar as indenizações e reassentar as famílias, o Governo Federal poderia removê-las.

O presidente da ALE argumenta que o Governo Federal não pode colocar todos num balaio, tratá-los como bandidos e promover uma "operação de guerra", conforme denúncia do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB), baseada em documentos cedidos por integrante da Polícia Federal.

"Tememos o derramamento de sangue e perda de vidas, porque parte do Governo Federal [excluo o presidente Lula], pretende agradar a opinião pública internacional e os dirigentes das grandes potências. Ideal é evitar foguetório ou gasto do dinheiro público com operações, enquanto o problema daquelas famílias não for resolvido", enfatizou.

Mecias disse também que dos dois lados existem pessoas que não têm nada a perder e que querem ver sangue jorrando. Por isso, é necessário bom senso, sentimento de patriotismo, para evitar inconseqüente operação para retirar algumas dezenas de pessoas.

O parlamentar entende que antes da "limpeza étnica na reserva", para colocar um ponto final na questão Raposa Serra do Sol, o Governo Federal deve pagar indenizações justas e, em seguida, garantir aos indígenas da região a assistência digna em áreas como saúde, educação, transportes, etc.

"Não queremos sangue derramado. Não queremos ver o prolongamento dessa novela. Isso causa prejuízo aos produtores e às comunidades indígenas. Enquanto perdurar o impasse, essa gente não consegue elaborar e colocar em prática seus projetos de desenvolvimento", declarou Mecias de Jesus.
 

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