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Com problemas de saúde, povo Maxakali pede médicos e saneamento

31/01/2008

Fonte: Coiab



Desde o início de janeiro de 2008, as 65 famílias Maxakali que vivem na aldeia Verde, município de Ladainha, em Minas Gerais, estão tendo problemas de saúde agravados pela falta de saneamento na área. A comunidade e entidades de apoio ao povo acionarão a Justiça para pedir soluções, pois, entre outros problemas, não há médico e quase não há esgoto na aldeia.



Estas famílias do povo Maxakali vivem nesta área desde janeiro de 2007, quando a Fundação Nacional do Índio (Funai) comprou esta terra para abrigar o grupo. A área tem nascentes, mas em alto de morros e a água não é distribuída na terra por córregos. A falta de acesso à água é um dos principais problemas da área.



A maior parte das famílias não tem água corrente e a qualidade da água represada não é boa. Na sede da aldeia, há água encanada, vinda de um poço com bomba elétrica (em condições precárias) que joga a água em dois tanques, ligados a uma mangueira levaria água para toda a aldeia, mas até o momento o sistema não está em funcionamento.



No mês de janeiro, quase toda a comunidade ficou doente. No geral, as pessoas tinham dor de cabeça, dor abdominal, vômito, febre, desmaio, sangramento pelas narinas, fraqueza geral, entre outros sintomas. "Na aldeia, as pessoas estavam todas deitadas, abatidas. Nem as crianças tinham energia para brincar", disse a missionária Gilce Freire, da equipe do Cimi na região, que esteve na área há 10 dias. Segundo nota da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) divulgada hoje (31/01), o mal era uma virose e já começou a ser tratado.



No dia 16 de janeiro, lideranças Maxakali e entidades de apoio se reuniram com o coordenador do Distrito Sanitários Especial Indígena (DSEI) de Valadares para cobrar soluções para a situação. Eles pediram um médico para a área, que só conta com duas técnicas de enfermagem, mas não receberam resposta para a demanda.



A comunidade Maxakali da Aldeia Verde, a Associação Regional Mucuri de Cooperação dos Pequenos Agricultores, o Cimi, e a Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha (campus Teófilo Otoni) denunciarão a situação para o Ministério Público Federal. Eles querem, além de um médico, que a Funasa desenvolva urgentemente, entre outras medidas, um programa de saneamento na área para evitar doenças intestinais e parasitológicas.
 

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