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PF ficará em Raposa Serra do Sol 60 dias após início da retirada dos não-índios, diz coordenador

02/04/2008

Autor: Alex Rodrigues

Fonte: Agência Brasil



O coordenador de Defesa Institucional substituto da Polícia Federal, Fernando Segóvia, informou hoje que os policiais deverão permanecer por no mínimo 60 dias após o início da operação de retirada dos não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no Nordeste de Roraima.

A medida, segundo ele, serviria para garantir a segurança dos indígenas após a saída dos arrozeiros: "Não há muitos trabalhadores na área, há uma redução natural do número de pessoas que poderiam nos atrapalhar na execução da operação."

Segóvia disse em entrevista coletiva, hoje (2), no Ministério da Justiça, que ainda confia em uma solução pacífica, embora a Polícia Federal esteja preparada para o pior. Os policiais, explicou, continuarão tentando convencer as pessoas a deixar o local.

"Estamos preparando a retirada das pessoas que não saírem espontâneamente até o início da operação, quando ainda tentaremos uma negociação final para que elas deixem a área pacificamente. Quem não quiser sair de maneira alguma vai ter de sair por força da lei", afirmou.

Na mesma entrevista coletiva, o secretário-executivo do ministério, Luiz Paulo Barreto, declarou estar esgotada a possibilidade de novas negociações com os não-índios que permanecem na área. E comentou que o serviço de inteligência da PF já mapeou todo o local e conhece quem "está incitando a população à violência, contra a polícia, arrumando bombas para explodir pontes e propondo a destruição de patrimônio público".

Segóvia confirmou que desde o ano passado a PF vem estudando o local, "fazendo o planejamento, verificando o perfil das pessoas que residem ali, acompanhando todos os movimentos e sabendo as ameças que são dirigidas ao Estado brasileiro para o não-cumprimento da ordem legal".

O coordenador disse não haver necessidade de utilizar tropas das Forças Armadas, mas confirmou ter pedido apoio à Força Nacional. Ele classificou o planejamento da operação como um "jogo de xadrez", ao afirmar que "cada movimento é analisado diariamente - se sentirmos que há uma ameaça à integridade física, qualquer tipo de ação que ponha em risco a vida das pessoas, podemos entrar com uma medida judicial pedindo até mesmo a prisão de quem estiver por trás disso".
 

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