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"Irmãos" favoráveis à retirada de arrozeiros são preguiçosos, afirmam índias
04/04/2008
Autor: Marco Antônio Soalheiro
Fonte: Agência Brasil
Uma das centenas de pessoas entrincheiradas na Vila Surumu, distrito de Pacaraima, para resistir à retirada iminente dos não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, a senhora indígena Valdísia da Silva, da comunidade Prakuár, se apresenta espontaneamente e pede para conceder entrevista. Diz morar ali desde que nasceu e estar “engasgada” para falar o que sente. Ela não poupa críticas aos parentes que defendem a expulsão dos arrozeiros da área.
"Se ficar essa área liberada, ninguém faz nada. Nossos irmãos do CIR [Conselho Indígena de Roraima] só dão dor de cabeça para nós, empatam a pescaria, não querem trabalhar, só querem ficar dormindo e comendo sem fazer nada", disse a senhora.
Para Valdísia, a população da área já perdeu sua identidade cultural há muito tempo e deve se adequar à realidade: "Nós não somos mais índios, nós somos aculturados, somos brancos já. A maioria é casada com branco, tem filho branco, marido preto e não sou contra isso".
Os arrozeiros, segundo a senhora, sempre ajudaram as comunidades da área. Quem deveria sair, ressaltou, "são esses que são contra nós".
Ainda na empoeirada estrada de acesso à Vila Surumu, a índia Ilda Silva, que pegava carona na carroceria da caminhonete de um arrozeiro, também saiu em defesa dos patrões e criticou a operação da Polícia Federal em curso: "Essa polícia não devia fazer isso com a gente. Precisamos trabalhar. Quando ele [Quartiero, líder dos arrozeiros] era prefeito, dava rancho [comida] para o colégio. Hoje, nós estamos machucados".
A índia acrescentou que os patrões são responsáveis pela produção de arroz que "vai para Pacaraima, Boa Vista, todo o estado".
Nas proximidades da Vila Surumu estão as fazendas do líder dos arrozeiros Paulo César Quartiero. Cinco grandes máquinas agrícolas e dezenas de pneus reforçam a barreira montada, que tem as bandeiras brasileira e venezuelana estendidas (a fronteira está a poucos quilômetros dali).
"Se ficar essa área liberada, ninguém faz nada. Nossos irmãos do CIR [Conselho Indígena de Roraima] só dão dor de cabeça para nós, empatam a pescaria, não querem trabalhar, só querem ficar dormindo e comendo sem fazer nada", disse a senhora.
Para Valdísia, a população da área já perdeu sua identidade cultural há muito tempo e deve se adequar à realidade: "Nós não somos mais índios, nós somos aculturados, somos brancos já. A maioria é casada com branco, tem filho branco, marido preto e não sou contra isso".
Os arrozeiros, segundo a senhora, sempre ajudaram as comunidades da área. Quem deveria sair, ressaltou, "são esses que são contra nós".
Ainda na empoeirada estrada de acesso à Vila Surumu, a índia Ilda Silva, que pegava carona na carroceria da caminhonete de um arrozeiro, também saiu em defesa dos patrões e criticou a operação da Polícia Federal em curso: "Essa polícia não devia fazer isso com a gente. Precisamos trabalhar. Quando ele [Quartiero, líder dos arrozeiros] era prefeito, dava rancho [comida] para o colégio. Hoje, nós estamos machucados".
A índia acrescentou que os patrões são responsáveis pela produção de arroz que "vai para Pacaraima, Boa Vista, todo o estado".
Nas proximidades da Vila Surumu estão as fazendas do líder dos arrozeiros Paulo César Quartiero. Cinco grandes máquinas agrícolas e dezenas de pneus reforçam a barreira montada, que tem as bandeiras brasileira e venezuelana estendidas (a fronteira está a poucos quilômetros dali).
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