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Notícias
UPATAKON 3 - Fenapef denuncia precariedade da operação
21/04/2008
Autor: Andrezza Trajano
Fonte: Folha de Boa Vista
A Federação Nacional dos Policiais Federais denunciou que os agentes da PF que estão na Operação Upatakon 3 sofrem com a falta de planejamento da operação e infra-estrutura básica para suportar o trabalho em Roraima.
Segundo nota da Fenapef divulgada no site www.fenapef.org.br, os policiais vivem o "inferno em Roraima". Um integrante da coordenação da operação afirmou que Boa Vista, Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, e o Surumu, locais de concentração das equipes, são conhecidos como paraíso, purgatório e o inferno, respectivamente.
Eles afirmaram que os policiais do Surumu estão sem alojamento adequado e alguns se amontoam em uma maloca indígena onde descansam em redes ou sacos de dormir, já que o Departamento da Polícia Federal (DPF) não forneceu colchões.
Para os policiais que estão em Pacaraima, a situação não é muito mais fácil. Quarenta policiais estão amontoados em duas casas que servem de alojamento para a PF e num pequeno hotel onde ficam três em cada quarto. "Nas casas destinadas para alojamento não há camas, não há móveis, não há nada", relata.
O caos não para por aí. Segundo apurou a Fenapef, até o momento 22 policiais, 12 da PF e 10 da Força Nacional de Segurança, foram parar no hospital - que não tem médico -, com diarréia, por conta de intoxicação alimentar provocada por comida contaminada. A carne consumida no local, por exemplo, não tem procedência e nem onde ser armazenada. As carnes são salgadas e ficam penduradas em um varal, dividindo o espaço com os urubus.
As mesmas denúncias feitas pela Fenapef foram relatadas à reportagem da Folha. Segundo depoimento dos próprios policiais, os homens que estão alojados na base de São Marcos seriam os que estão mais sofrendo. Eles estariam tomando banho em um rio, onde esta mesma água serviria para cozinhar os alimentos. A pia onde os alimentos são preparados também é utilizada por uma indígena para o banho das crianças.
Os policiais disseram ainda que a diária que estão recebendo mal dá para se hospedar em hotéis ou se alimentarem direito quando estão em Boa Vista. Elas giram em média R$ 100,00 e devido ao alto custo de vida no Estado, o valor seria insuficiente.
"Tudo é uma questão de planejamento. Fato este que não houve. Essa operação é uma bagunça total, a coordenação está toda perdida", relatou um policial que não quis se identificar.
A reportagem ligou três vezes para o celular do coordenador regional da Upatakon 3, o delegado Fernando Romero, da Polícia Federal, para comentar as reclamações, mas o delegado não atendeu ao celular.
Federação afirma ainda que spray de pimenta está vencido
Segundo a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), os agentes da Polícia Federal vieram para Roraima sem saber exatamente o que fariam. Eles tiveram um curso de Controle de Distúrbio Civil de apenas quatro dias para atuar na desocupação da área ou na manutenção da paz entre indígenas e arrozeiros que estão na terra indígena.
Ocorre que não há escudos para todos os policiais que fizeram o curso e uma das armas não letais que deveria ser usada nestas operações está vencida. "O famoso spray de pimenta foi comprado em 2004 e venceu em dezembro de 2007", diz nota da entidade.
O diretor de Relações do Trabalho da Fenapef, Francisco Carlos Sabino, que está na região, avalia a situação vivida pelos federais como "degradante". Para ele, a responsabilidade por este quadro "caótico" é da coordenação da operação. "Se não tem condições de coordenar, que peça para sair daqui", diz Sabino.
Francisco Sabino ressalta também que acredita que o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, não deve estar informado sobre os problemas enfrentados pela PF em Roraima. "O diretor-geral foi agente federal e sindicalista e acredito que ele não saiba dessa situação, porque se soubesse certamente já teria feito algo".
O diretor de Relações de Trabalho diz que é importante que outros policiais que porventura sejam convocados para a operação fiquem atentos. "Antes de vir é preciso garantir todas as condições de trabalho e o pagamento das diárias", diz.
Segundo nota da Fenapef divulgada no site www.fenapef.org.br, os policiais vivem o "inferno em Roraima". Um integrante da coordenação da operação afirmou que Boa Vista, Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, e o Surumu, locais de concentração das equipes, são conhecidos como paraíso, purgatório e o inferno, respectivamente.
Eles afirmaram que os policiais do Surumu estão sem alojamento adequado e alguns se amontoam em uma maloca indígena onde descansam em redes ou sacos de dormir, já que o Departamento da Polícia Federal (DPF) não forneceu colchões.
Para os policiais que estão em Pacaraima, a situação não é muito mais fácil. Quarenta policiais estão amontoados em duas casas que servem de alojamento para a PF e num pequeno hotel onde ficam três em cada quarto. "Nas casas destinadas para alojamento não há camas, não há móveis, não há nada", relata.
O caos não para por aí. Segundo apurou a Fenapef, até o momento 22 policiais, 12 da PF e 10 da Força Nacional de Segurança, foram parar no hospital - que não tem médico -, com diarréia, por conta de intoxicação alimentar provocada por comida contaminada. A carne consumida no local, por exemplo, não tem procedência e nem onde ser armazenada. As carnes são salgadas e ficam penduradas em um varal, dividindo o espaço com os urubus.
As mesmas denúncias feitas pela Fenapef foram relatadas à reportagem da Folha. Segundo depoimento dos próprios policiais, os homens que estão alojados na base de São Marcos seriam os que estão mais sofrendo. Eles estariam tomando banho em um rio, onde esta mesma água serviria para cozinhar os alimentos. A pia onde os alimentos são preparados também é utilizada por uma indígena para o banho das crianças.
Os policiais disseram ainda que a diária que estão recebendo mal dá para se hospedar em hotéis ou se alimentarem direito quando estão em Boa Vista. Elas giram em média R$ 100,00 e devido ao alto custo de vida no Estado, o valor seria insuficiente.
"Tudo é uma questão de planejamento. Fato este que não houve. Essa operação é uma bagunça total, a coordenação está toda perdida", relatou um policial que não quis se identificar.
A reportagem ligou três vezes para o celular do coordenador regional da Upatakon 3, o delegado Fernando Romero, da Polícia Federal, para comentar as reclamações, mas o delegado não atendeu ao celular.
Federação afirma ainda que spray de pimenta está vencido
Segundo a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), os agentes da Polícia Federal vieram para Roraima sem saber exatamente o que fariam. Eles tiveram um curso de Controle de Distúrbio Civil de apenas quatro dias para atuar na desocupação da área ou na manutenção da paz entre indígenas e arrozeiros que estão na terra indígena.
Ocorre que não há escudos para todos os policiais que fizeram o curso e uma das armas não letais que deveria ser usada nestas operações está vencida. "O famoso spray de pimenta foi comprado em 2004 e venceu em dezembro de 2007", diz nota da entidade.
O diretor de Relações do Trabalho da Fenapef, Francisco Carlos Sabino, que está na região, avalia a situação vivida pelos federais como "degradante". Para ele, a responsabilidade por este quadro "caótico" é da coordenação da operação. "Se não tem condições de coordenar, que peça para sair daqui", diz Sabino.
Francisco Sabino ressalta também que acredita que o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, não deve estar informado sobre os problemas enfrentados pela PF em Roraima. "O diretor-geral foi agente federal e sindicalista e acredito que ele não saiba dessa situação, porque se soubesse certamente já teria feito algo".
O diretor de Relações de Trabalho diz que é importante que outros policiais que porventura sejam convocados para a operação fiquem atentos. "Antes de vir é preciso garantir todas as condições de trabalho e o pagamento das diárias", diz.
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