De Povos Indígenas no Brasil
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Jagunços atacam Indígenas na reserva Raposa Serra do Sol
06/05/2008
Fonte: Movimento Nacional de Direitos Humanos
Milícias armadas pelo rizicultor Paulo César Quartieiro, prefeito de Pacaraima (DEM) atacaram a tiros na manhã desta segunda-feira (5 de maio) 102 indígenas que habitam a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Dez deles foram gravemente feridos. Os jagunços do prefeito Paulo César Quartieiro já chegaram atirando sem dar qualquer chance de defesa às vítimas. Um dos indígenas está em estado gravíssimo, após de baleado no ouvido e nas costas.
Em carta endereçada às autoridades e à sociedade brasileira, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) revela que os indígenas baleados pelos jagunços do prefeito são "Alcides, Jeremias, Lene, Glênio, Tiago, Erivaldo, Xavier, Cléber e mais dois. O último indígena está em estado bastante grave, atingido por tiros na cabeça, ouvido e nas costas".
As comunidades indígenas da Reserva Raposa Serra do Sol estavam construindo suas casas em sua terra, quando uma caminhonete e cinco motoqueiros, vindo da fazenda Depósito, de ocupação do arrozeiro Paulo César, "chegaram logo atirando por todos os lados no sentido de impedir que os indígenas construíssem suas malocas". Um dos pistoleiros foi identificado como Roberto. Logo que efetuaram suas armas de fogo os jagunços fugiram.
Em sua carta, o CIR lembra que inúmeras vezes foi denunciado que "os arrozeiros invasores têm impedido o livre trânsito dos indígenas e levado pistoleiros para suas fazendas e nada tem sido feito. Os conflitos ora ocorridos na Reserva Raposa Serra do Sol, razão da disputa sobre a terra, vem confirmar a necessidade de punir o arrozeiro Paulo César Quartiero, mandante dos atos de violência e retirá-lo imediatamente de nossas terras. As comunidades indígenas estão bastante revoltadas com tudo o que tem ocorrido dentro de sua casa, onde são humilhadas, os bens destruídos e ainda seus membros ameaçados e baleados".
Procurado por jornalista logo após a agressão, Quartiero afirmou que seus funcionários apenas se defenderam. "Eles pediram para que os índios se retirassem, mas foram atacados com flechas e se defenderam", disse o prefeito.
O delegado Fernando Segóvia informou que agentes da PF (Polícia Federal) "já trabalham na apuração dos fatos ocorridos". O delegado também disse que a necessidade de um eventual reforço do efetivo policial ainda será avaliada.
Demarcada em 1998 e homologada em 2005, a Reserva Indígena Raposa Serra Sol vive sob conflitos há mais de três décadas entre indígenas e arrozeiros que são contrários à demarcação e se recusam a deixar o local.
Recentemente, o governo lançou a terceira edição da operação Upatakon para a retirada dos não-índios da reserva, mas a ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) até que seja dada a resposta sobre a ação que tramita no órgão contra a homologação da terra, pedido pelo governador de Roraima José Anchieta Junior (PSDB).
Os índios não aceitam a posse de Quartiero nem dos seis rizicultores que permanecem na área. Para eles, os produtores é que são os "invasores". "Este ataque é uma afronta à Constituição Federal e ao Supremo Tribunal Federal, mas não intimida as comunidades. Ao contrário, só fortalece os indígenas da Raposa Serra do Sol e de todas as comunidades de Roraima", diz o índio Júlio Macuxi.
O líder indígena ressaltou que vai reforçar o pedido de segurança na área, feito há um mês e exigir que a Polícia Federal desarme os funcionários das fazendas de arroz, que ele classifica de "milícia".
Assessoria de Imprensa
MNDH
Dez deles foram gravemente feridos. Os jagunços do prefeito Paulo César Quartieiro já chegaram atirando sem dar qualquer chance de defesa às vítimas. Um dos indígenas está em estado gravíssimo, após de baleado no ouvido e nas costas.
Em carta endereçada às autoridades e à sociedade brasileira, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) revela que os indígenas baleados pelos jagunços do prefeito são "Alcides, Jeremias, Lene, Glênio, Tiago, Erivaldo, Xavier, Cléber e mais dois. O último indígena está em estado bastante grave, atingido por tiros na cabeça, ouvido e nas costas".
As comunidades indígenas da Reserva Raposa Serra do Sol estavam construindo suas casas em sua terra, quando uma caminhonete e cinco motoqueiros, vindo da fazenda Depósito, de ocupação do arrozeiro Paulo César, "chegaram logo atirando por todos os lados no sentido de impedir que os indígenas construíssem suas malocas". Um dos pistoleiros foi identificado como Roberto. Logo que efetuaram suas armas de fogo os jagunços fugiram.
Em sua carta, o CIR lembra que inúmeras vezes foi denunciado que "os arrozeiros invasores têm impedido o livre trânsito dos indígenas e levado pistoleiros para suas fazendas e nada tem sido feito. Os conflitos ora ocorridos na Reserva Raposa Serra do Sol, razão da disputa sobre a terra, vem confirmar a necessidade de punir o arrozeiro Paulo César Quartiero, mandante dos atos de violência e retirá-lo imediatamente de nossas terras. As comunidades indígenas estão bastante revoltadas com tudo o que tem ocorrido dentro de sua casa, onde são humilhadas, os bens destruídos e ainda seus membros ameaçados e baleados".
Procurado por jornalista logo após a agressão, Quartiero afirmou que seus funcionários apenas se defenderam. "Eles pediram para que os índios se retirassem, mas foram atacados com flechas e se defenderam", disse o prefeito.
O delegado Fernando Segóvia informou que agentes da PF (Polícia Federal) "já trabalham na apuração dos fatos ocorridos". O delegado também disse que a necessidade de um eventual reforço do efetivo policial ainda será avaliada.
Demarcada em 1998 e homologada em 2005, a Reserva Indígena Raposa Serra Sol vive sob conflitos há mais de três décadas entre indígenas e arrozeiros que são contrários à demarcação e se recusam a deixar o local.
Recentemente, o governo lançou a terceira edição da operação Upatakon para a retirada dos não-índios da reserva, mas a ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) até que seja dada a resposta sobre a ação que tramita no órgão contra a homologação da terra, pedido pelo governador de Roraima José Anchieta Junior (PSDB).
Os índios não aceitam a posse de Quartiero nem dos seis rizicultores que permanecem na área. Para eles, os produtores é que são os "invasores". "Este ataque é uma afronta à Constituição Federal e ao Supremo Tribunal Federal, mas não intimida as comunidades. Ao contrário, só fortalece os indígenas da Raposa Serra do Sol e de todas as comunidades de Roraima", diz o índio Júlio Macuxi.
O líder indígena ressaltou que vai reforçar o pedido de segurança na área, feito há um mês e exigir que a Polícia Federal desarme os funcionários das fazendas de arroz, que ele classifica de "milícia".
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MNDH
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