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Governador diz que fim da demarcação contínua da Raposa pode pacificar Roraima

27/08/2008

Autor: Marco Antônio Soalheiro

Fonte: Agênca Brasil - www.agenciabrasil.gov.br



Brasília - Presente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar o julgamento sobre a manutenção da demarcação em área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, disse hoje (27) que a exclusão de terras produtivas da área da reserva é a melhor solução para pôr fim à disputa entre arrozeiros e parte dos índios, sem comprometer a economia do estado.

"A necessidade da integração dos povos indígenas é o sentimento da maioria deles, para que possam ter uma subsistência. É uma questão de bom senso e coerência", defendeu Anchieta. O governador afirmou ainda estar disposto a abrir diálogo com Conselho Indígena de Roraima (CIR) para que a convivência entre o governo e as comunidades seja mais harmoniosa daqui para frente.

"O papel do governo é conciliar as partes. Todos têm que entender que o governo defende o fim da demarcação para pacificar a região e trazer o desenvolvimento sustentável", argumentou Anchieta.

O governo de Roraima contratou o ex-ministro do STF Francisco Rezek para fazer a sustentação oral no julgamento. "Não é pelo fato de ser ex-ministro, mas o que vai influenciar é o bom direito que temos na causa e conhecimento jurídico dele", comentou Anchieta.

Apesar do tom conciliatório do governador, as lideranças indígenas que defendem a saída dos produtores de arroz da reserva vêem o governo de Roraima como inimigo. "Nós queremos que o STF mantenha a reserva contínua. A gente já conversou com ele [José Anchieta Júnior], e agora só se for para ele nos pedir desculpas. Por causa da postura dele quase 10 indígenas foram mortos lá", disse o tuxaua (cacique) da Comunidade Maturuca, Djacir da Silva, em referência ao episódio em que índios foram baleados por funcionários do rizicultor Paulo César Quartiero, quando tentavam construir malocas nos limites da fazenda do produtor.
 

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