De Povos Indígenas no Brasil

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Conflitos marcam os Hã-Hã-Hães

19/04/2009

Fonte: A Tarde



Embora confiantes em ter toda a área reivindicada como originalmente da Reserva CaramuruParaguaçu, os pataxós hã-hã-hães ainda têm de recuperar 70% desse território. Essa faixa está nas mãos de agricultores, que não reconhecem a terra como indígena e luta no Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a propriedade.

"As terras são de proprietários que detêm títulos legítimos, expedidos desde 1930, pelo então interventor da Bahia, Landulfo Alves", destaca o agricultor Carlito Régis. Marinalva Eduvirgens Ferreira, herdeira de 450 hectares das fazendas São Bento e Santo Antônio, onde colhia 13 mil arrobas de cacau, hoje sobrevive com a família de um emprego na Prefeitura de Pau Brasil depois de expulsa da terra há oito anos pelos índios.

Carlito Régis sonha em reaver os 14 hectares da Fazenda Bom Sossego, que está com sua família desde 1928. Carlito diz que foi reintegrado três vezes pela Justiça Federal. Na quarta, os índios tocaram fogo em suas terras.

CONFLITOS - A demarcação da terra dos hã-hã-hães foi determinada pelo Ministério da Guerra, com base na Lei Estadual 1.916, de 09/08/1926. O histórico de violência entre as partes começou em 1982, quando os pataxós decidiram retomar todo o seu território e a Funai entrou com ação que vai ser julgada pelo Supremo. Desde então, 20 lideranças indígenas foram assassinadas.

A morte mais emblemática foi a de Galdino Jesus dos Santos, 44 anos, em abril de 1997, embora não tenha ocorrido no confronto direto com os fazendeiros na aldeia. Galdino foi queimado vivo por cinco jovens de classe média, numa parada de ônibus em Brasília, onde estava junto com outras lideranças, para pedir a regularização das terras de seu povo. A tensão também interferiu na convivência entre os índios, provocando assassinatos entre eles na disputa pela terra. O alcoolismo é outro fator de desequilíbrio e gerador de brigas violentas e mortes. (A. C. O. )
 

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