De Povos Indígenas no Brasil

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Estudo quer implantar mini-hidrelétricas

02/02/2010

Autor: Andrezza Trajano

Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=79383




A Secretaria Estadual do Índio, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Eletronorte concluíram estudo prévio para implantar PCHs (pequenas hidrelétricas) nas reservas São Marcos e Raposa Serra do Sol, situadas ao norte de Roraima. As pequenas hidrelétricas devem custar R$ 3 milhões.

O projeto beneficiará comunidades indígenas que nunca tiveram acesso à energia elétrica e também àquelas que já usufruem do serviço oferecido por geradores movidos a óleo diesel e que serão substituídos. A implantação depende de aprovação das comunidades indígenas.

Os equipamentos serão instalados em rios com potenciais hidráulicos e têm capacidade de produzir 950 KW (kilowatts), ou seja, o máximo previsto para a legislação de PCH. Um especialista em construir pequenas hidrelétricas na Amazônia é o responsável pelo projeto.

A pesquisa iniciou em novembro passado. Após trâmite burocrático - que inclui projeto executivo para as entidades financeiras - e aprovação de comunidades, a previsão é que as pequenas hidrelétricas sejam construídas em até seis meses.

Em São Marcos foi detectada a viabilidade de construção de uma pequena hidrelétrica na cachoeira do Surumu, em Pacaraima, que atenderia as comunidades do Alto e Médio São Marcos - descendo da sede do município de Pacaraima até a comunidade Boca da Mata.

Também beneficiaria a vila Surumu, até o olho d'água Iaraçá, em Normandia, na região do baixo Cotingo, na terra indígena Raposa Serra do Sol. Para lá, a PCH tem previsão de funcionamento de 20 anos.

Em Uiramutã, na Raposa Serra do Sol, será construída uma pequena hidrelétrica na cachoeira da Andorinha, no rio Uailan, que atenderá 90% das comunidades indígenas por 30 anos.

Ainda na Raposa Serra do Sol, outro potencial descoberto foi na cachoeira do Carunã, no rio Maú, em Normandia. Entretanto, a avaliação técnica está prejudicada, uma vez que durante visita ao local chovia muito. A proposta é que a PCH nesta região atenda em torno do município de Normandia e parte do baixo Cotingo, também na mesma cidade.

No caso do baixo São Marcos, a região só será atendida com a ampliação da rede que atende o Passarão, na zona rural de Boa Vista. Já existe estudo para esta obra. Existem ainda outras propostas para construir micro-hidrelétricas que atenderiam comunidades isoladas que não serão beneficiadas com a construção das PCHs.

"Depois da parte burocrática, o processo mais demorado é a parte da pactuação e liberação do projeto pelas comunidades indígenas, embora haja grande interesse dos índios", disse o titular da Secretaria do Índio, Hipérion Oliveira.

Conforme ele, a construção de pequenas hidrelétricas torna o processo mais célere tanto para financiamento quanto para emissão da licença ambiental. Inclusive, o impacto ambiental é baixo, já que não precisa represar cachoeiras para produzir a energia. Nem será necessário remover nenhuma família indígena de sua casa. As máquinas podem até serem comandadas por índios.
 

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